Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 481

O carro seguia suavemente pela estrada, eu e Otávio permanecíamos em silêncio, sem intenção de retomar a conversa.

Foi apenas quando um semáforo nos obrigou a parar que uma menina, escapando do controle de sua mãe, correu alegremente pela faixa de pedestres, fazendo o semblante tenso de Otávio suavizar-se com um toque de calor.

"Seus filhos são bem-comportados?" ele perguntou de repente.

Seus filhos...

Otávio disse, "seus filhos"...

Meus filhos, que não tinham nada a ver com ele.

Meu filho, por causa dele, herdou a depressão. Mas aquele homem, como se nada tivesse acontecido, me perguntava se meu filho era comportado.

Estela era tão comportada que, na maior parte do tempo, preferia ficar em silêncio.

Se, um dia, Otávio soubesse da condição de Estela, ele ainda perguntaria casualmente se ela era bem-comportada?

Apertei os punhos, cravando as unhas nas palmas das mãos para controlar minha frustração, e respondi calmamente, "O Diretor Barcelos também terá seus próprios filhos, não precisa se preocupar com os dos outros."

Eu não queria discutir muito sobre Estela com Otávio, evitando o assunto, o que o deixou visivelmente frustrado.

Havia tanto tempo que não nos víamos, e parecia que eu estava errada até mesmo em me preocupar com a situação de Elvira.

"Realmente, depois de ter alguém ao seu lado por três anos, a pessoa que deveria se preocupar com a criança não sou eu." Otávio disse, com um riso baixo e sarcástico.

"O Diretor Barcelos também não está sozinho, Sófia tornou-se a legítima Sra. Barcelos, vocês têm todo o direito de viver sob o mesmo teto agora. Você tem sua amada ao seu lado, parece que o Diretor Barcelos gosta dessa configuração, então por que me ridicularizar?"

"Configuração..." Otávio murmurou enquanto dirigia, refletindo sobre as palavras de Elvira. Ele havia sonhado em ter uma esposa e uma irmã, mas para Elvira, isso se tornou apenas uma "configuração".

Ele não a culpava por estar zangada, sabendo que havia sido lento em perceber, mas quando Elvira partiu sem lhe dar uma chance de explicar, como ela tinha o direito de julgar?