Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 487

"Otávio, seu canalha!"

Quando proferi essas palavras, minha respiração tremia e meus dentes batiam. Otávio se aproximou de mim, agarrou a gola da minha camisa com a mão esquerda e me levantou do chão.

Fui puxada para tão perto dele que podia sentir sua respiração gelada roçando meu pescoço, e até seus olhos escuros pareciam cobertos por uma fina camada de névoa gelada.

Mesmo ao me ouvir xingá-lo, ele apenas sorriu para mim, um sorriso carregado de significados - uma ameaça.

...

Otávio arrumou os fios de cabelo que haviam se desalinhado, colocando-os atrás da minha orelha, e ajeitou as roupas que ele tinha desarrumado, seus gestos e expressões pareciam cuidar de um brinquedo precioso.

Eu queria escapar, mas o braço em volta da minha cintura me prendia firmemente, qualquer tentativa de resistência poderia parecer um convite.

Mesmo estando desprovido de roupas, fazendo gestos íntimos, não podia sentir nada além de medo entre nós.

Percebendo minha resistência, Otávio franzia a testa, sem entender, e me questionava, "Por que se esquivar?"

Ele teve um estalo. "Você não vai pensar que eu quero te beijar, vai?"

Ele disse, "Fique tranquila, eu jamais compartilharia uma mulher com outro homem."

Eu não aguentei mais e levantei a mão para dar-lhe um tapa, mas ele segurou meu pulso firmemente, "Elvira, seja sentimentos ou qualquer outra coisa, até você quitar sua dívida comigo, esqueça de levantar a mão contra mim. Para te ajudar a recuperar o Grupo Gattas, entrei em algumas zonas cinzentas que preferia que você não soubesse, mas agora não me importo de te mostrar. Dê uma pensada, se quer seguir meu conselho ou não."

Me perdi em pensamentos por um momento. "Otávio, ao me ameaçar assim, nem mesmo podemos ser estranhos um para o outro."

Eu não era mais aquela Elvira que, mesmo exposta na internet, conseguia transformar a situação em publicidade para o Escritório de Advocacia Atlântida.

Agora eu tinha vulnerabilidades; não podia deixar Estela descobrir qualquer coisa ruim sobre sua mãe.

Levantei os olhos para encarar Otávio, e por mais que tentasse, não conseguia focalizar seu olhar, sentindo-me vagamente desorientada.

Reuni minhas forças e perguntei, "Otávio, pode me dizer agora o que exatamente você quer de mim? Quanto você pagou pelo Grupo Gattas? Eu posso cobrir."

Otávio segurou meu rosto com as mãos, seus polegares acariciando meus lábios, "Claro que eu sei que você pode pagar. Você ajudou Antônio a engolir a empresa da esposa dele, quase um terço do valor de mercado foi para o seu bolso, não me importo com aquela quantia. Aqueles acionistas são astutos, devem muitos favores, e, pelo que sei, eles te odeiam profundamente. Imagine se eu disser a eles para cobrarem esses favores de você, o que acha que fariam..."

Seu dedo indicador tocou meu peito, "Pese bem."