Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 505

Naquela noite de jantar, apoiada na leve coragem que o álcool me dava, construí uma imagem de mim mesma ousada e dominante. Posicionei-me no centro do palco e discursava sobre o presente e o futuro do Grupo Gattas com grande entusiasmo.

Ao longo desses anos, Dalmo não ficou parado. Dos vinte e quatro sócios originais, alguns ainda permaneciam firmes no Grupo Gattas, enquanto outros haviam saído mais cedo, e Elói Camões era um deles.

Falando, meu olhar fixava-se firmemente em Elói, que já foi meu vice-presidente no Grupo Gattas. Depois, ele levou consigo grande parte da minha equipe essencial para começar seu próprio negócio, tornando-se conhecido como Diretor Camões.

Até Dalmo, que não poupava suas críticas, já havia recebido uma oferta de paz dele, o que demonstrava sua astúcia.

Deixando de lado as habilidades de Dalmo, ele tinha em suas mãos os segredos mais vitais do Grupo Gattas. Se fosse convencido a mudar de lado, isso representaria um golpe devastador para o grupo.

Quando enviei os convites para este banquete, alguns vieram apenas para assistir ao espetáculo.

Não faltavam figuras influentes na Cidade S, mas eram poucos os que convidavam abertamente empresas rivais para se reunirem.

Antônio, parado atrás de mim, sussurrou de maneira que só nós dois pudéssemos ouvir, “Relaxa e continua falando, não precisa ter medo.”

Olhei para trás, lançando a Antônio um olhar de gratidão. Medo não era exatamente o que eu sentia, mas às vezes, ficar ali sozinha podia ser um tanto solitário.

Sorri levemente, com um olhar de desprezo voltado para Elói. Eu queria ver até onde ele toleraria minha presença.

Provocativamente, perguntei-lhe, “Diretor Camões, tem alguma dúvida sobre o que eu disse? Meu pai também elogiava você em particular, dizendo que você era meticuloso e sempre ganhava seu respeito. Espero que possamos trabalhar juntos novamente no futuro.”

Os comentários na plateia não eram agradáveis.

Os aliados de Elói naturalmente o defendiam, “Que piada, o Grupo Gattas está tão desesperado que deixou uma mulher no comando, e ainda por cima trouxeram a família Barros, que mal se sustenta, para fazer número.”

Mais tarde, eu me movia com facilidade entre os quase cem convidados do salão, evitando inconscientemente um certo lugar.

A presença de Otávio e seu claro posicionamento me impediam de sondar as verdadeiras intenções dos outros em relação a mim, assim como eu não conseguia decifrar o que Otávio pensava sobre mim.

Após conversas individuais com Elói e outros sem obter o feedback de que precisava, não consegui mais sustentar um sorriso falso.

Refugiei-me no banheiro, observando meu reflexo no espelho e suspirando repetidamente.

De repente, o som de uma fechadura trancando se fez ouvir, e Otávio entrou rápido, contendo sua raiva ao me questionar, "Elvira, você está procurando encrenca para si mesma? Eu não disse que enquanto eu estiver por perto ninguém ousaria tocar em você, você não confia em mim?"

O homem avançou, prendendo-me no pequeno espaço entre seus braços e a pia, o cheiro de álcool invadindo o ar...