Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 523

Elói organizou um almoço e me disse que não poderia perder a refeição de hoje, já que tinha perdido a festa da noite anterior. Ele afirmou que tinha preparado tudo especialmente para mim, com um luxo sem igual.

O restaurante era de uma exclusividade ímpar, atendendo apenas convidados especiais, a ponto de Dalmo ter que esperar do lado de fora.

Depois dos eventos da noite passada, eu não sabia como justificar a Antônio o convite para um simples encontro, então me vi obrigada a assistir, impotente, enquanto Dalmo era barrado na entrada.

O que vi dentro confirmou as palavras de Elói: não era apenas luxo, mas algo beirando o absurdo.

Não estava sozinha; havia homens e mulheres, e um salão de festas elegante onde garçons traziam lentamente um carrinho. Elói, com um sorriso malicioso, anunciou: "Elvira, o almoço está naquele carrinho."

O que eu iria comer era o de menos para mim; eu queria uma oportunidade para conversar com ele, entender suas intenções em relação ao Grupo Gattas.

Ele provavelmente sabia do meu objetivo, já que insistiu nesses encontros. Claramente, havia algo que ele desejava de mim.

Otávio sempre dizia que não existem inimigos eternos nos negócios, apenas interesses que ainda não se alinharam. Sabia que não poderia escapar desse almoço, então fingi entusiasmo. Mas, ao ver claramente o "prato" sobre o carrinho, fiquei em choque!

Era uma variedade imensa de pratos japoneses, servidos de uma maneira que nunca havíamos visto antes: sobre o corpo nu de uma mulher...

A reação ao redor era de quase normalidade, todos admirando a beleza dos pratos.

Elói, radiante, anunciou que tudo era para atrair convidados especiais.

Seguindo seu olhar, todos voltaram sua atenção para mim, incitando-me a começar.

Eu mal conseguia disfarçar meu desconforto. Elói, percebendo minha hesitação, zombou, dizendo que eu provavelmente nunca tinha visto algo tão "interessante".

"Comer sobre o corpo de uma mulher, além de apreciar a comida, ainda se pode sentir o aroma de uma virgem..."

Fronzi a testa, essa informação era conhecida por poucos. Minha mãe, tentando me afastar de Saulo Guedes, realmente não exagerou ao dizer que foi uma transferência sem condições.

Antes que pudesse responder, Elói interrompeu, "Elvira, vou direto ao ponto. Essa questão não é segredo no Grupo Gattas. Esse terreno era algo que eu planejava desenvolver quando ainda estava no grupo, mas sua mãe o reivindicou à força. Para ser honesto, quando o Diretor Barcelos queria comprar minhas ações, ele não economizou, e se não fosse por ele, talvez eu não tivesse tido a chance de me reerguer. Mas aquele terreno... eu realmente não consegui deixar para trás."

"Você sabe que o terreno agora pertence a outro, não há muito que eu possa fazer."

"O terreno da Família Guedes está sendo leiloado, ouvi dizer que Saulo é seu padrinho, se você conseguir descobrir qual é o lance mínimo diretamente dele, garanto que toda desavença entre nós e a Família Gattas será esquecida!"

"Diretor Camões, você deve estar confuso, não é? Pra começar, vazar informações de licitação é ilegal, e mesmo que eu tentasse perguntar, você acha mesmo que o Saulo me diria? Faz quase quatro anos que não temos nenhum contato."

Elói levou a mão ao queixo, pensativo, sem dizer mais nada.

"Diretor Camões, se você está querendo estreitar laços com o Saulo, eu talvez conheça a pessoa perfeita para isso, tem interesse?"