Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 68

Eu me mantive ocupada com o Diretor Pires o tempo todo, apenas para evitar que ele tivesse a chance de conversar com Otávio. Se Otávio não quisesse meu bem, eu provavelmente não conseguiria sair da delegacia tão cedo.

Tudo que eu podia fazer era atrasar o relógio, na esperança de que Hortencia chegasse à delegacia para garantir minha libertação.

Enquanto eu e o Diretor Pires conversávamos animadamente, Hortencia apareceu.

E ela não veio sozinha, ela trouxe Landulfo com ela!

Ele usava uma camisa branca perfeitamente enfiada em uma calça de terno, com uma postura elegante e ereta. Embora usasse óculos, o que lhe dava uma aparência sofisticada e elegante, os olhos por trás das lentes brilhavam com uma honestidade feroz, como um herói que enfrenta a verdade com coragem.

Olhando para ele, não pude deixar de pensar nas palavras "Sob a justiça, a virtude é imortal".

Naquele momento, me senti profundamente tocada, gratificada por ser digna de uma escolha tão firme.

Hortencia correu até mim e me puxou da cadeira. "Você está bem?"

Balancei a cabeça, procurando instintivamente o olhar de Landulfo, mas ele não me deu muita atenção.

Ele falou diretamente com o Diretor Pires, pedindo para eu ser liberada.

Para minha surpresa, o Diretor Pires foi extremamente cortês com ele, mudando o tom de sua voz: "Advogado Silva, se o senhor tivesse dito que conhecia a Sra. Gattas, bastaria um telefonema, não precisaria se dar ao trabalho de vir aqui pessoalmente."

Aqueles que chegam ao cargo de chefe de polícia não são apenas condecorados e bem relacionados, mas também extremamente astutos. Essa foi a primeira vez que ouvi o Diretor Pires me chamar de Sra. Gattas.

Mas ele estava errado, meu relacionamento com Landulfo não era tão profundo.

No entanto, fiquei surpresa com sua cortesia. Advogados e policiais interagem com frequência, portanto não é de surpreender que eles se conheçam, mas a deferência demonstrada sugere que a posição de Landulfo pode ser ainda mais significativa.

O Diretor Pires nos acompanhou até a porta com cortesia, mas não esperava que o carro de Otávio estivesse estacionado ali, meticulosamente arrumado.

Sem que percebêssemos, o céu começou a chuviscar e Otávio estava encostado no carro, fumando um cigarro.

Seu cabelo e seu terno estavam cobertos de gotas finas de chuva, que brilhavam como pérolas à luz da noite.

Apesar de estar cercado pela chuva, ele parecia imaculadamente distinto, sua presença era naturalmente nobre.

"Pfft, que figura!"

Hortencia cuspiu no chão, puxando-me junto: "Ele já estava aqui quando chegamos. Se ele tivesse vindo antes, não teríamos tido nenhum problema. Acho que ele realmente não queria que você fosse libertada!"