Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 74

Eu liguei para o Landulfo, e depois de alguns toques, ele atendeu com a voz abafada e rouca, como se tivesse passado a noite em claro e acabasse de se deitar.

Percebendo que eu poderia ter interrompido seu descanso, agradeci e estava prestes a desligar, quando ele me orientou a encontrar um caminho a seguir.

"Descobri que Flávio tem esposa e filha, mas há três meses, por causa da pobreza, elas o deixaram. Embora esteja vagando sem rumo, ele sempre aparece em lugares onde sua esposa e filha poderiam estar, o que prova que ele ainda se importa com elas. Você pode tentar encontrar uma maneira de lidar com isso".

Ele falou com muita sutileza, e eu percebi que ele estava cuidando do meu orgulho com muito cuidado.

Não existe almoço grátis. A preocupação de Landulfo comigo me deixava ansiosa, mesmo com Antônio por perto.

Depois do que aconteceu com Otávio, eu estava sempre na defensiva com as pessoas.

"Advogado Silva, pode me dizer por que está me ajudando tanto?"

Otávio tinha seus truques, caso contrário não teria se tornado presidente do Grupo Barcelos tão jovem. Eu temia que ele me visse como uma ameaça a Landulfo.

Landulfo não tinha a mesma origem familiar de Antônio e, apesar de seu sucesso e respeito atuais, ele começou do zero.

Eu não pude evitar e acabei expressando a dúvida que pesava em meu coração.

Landulfo, perceptivo, disse com voz rouca: "Meu mentor, há alguns anos, disse que havia uma garota incrível no curso, e ele sempre falou que queria me apresentá-la. Ele esperava que ela se tornasse minha colega de estudos e ajudasse a expandir nosso escritório de advocacia. Mas então ele me disse que essa colega, a Elvira, tinha desistido e seguido outro caminho, e foi assim que acabei abrindo o escritório com outros parceiros."

Ele sorriu: "No final das contas, tenho que agradecer a você. Se não fosse por sua presença, Antônio nunca teria investido em mim e em meus amigos, e eu não estaria onde estou hoje!"

"Ah, vou considerar isso como um elogio!"

Soltei uma risada forçada: "Agora eu me lembro! Aquele velho safado!"

Quando eu estava na universidade, tive um professor que sempre tentava me marcar encontros, tanto que eu tinha que me esquivar dele.

Ele nunca entendia quando eu tentava explicar.

"Se o mentor soubesse que você o chamou de velho safado, ele ficaria triste."