Parte 1...
— Daqui a três dias é a reunião de votação e apresentação dos resultados - Diana a lembrou.
— Já pediu que o avião esteja aqui na noite anterior?
— Já sim.
— E a mudança, tudo certo? - Felipe perguntou, tomando uma xícara de chá.
— Faremos amanhã à tarde.
— E assinaram o documento?
— Se não tivessem assinado eu não mudaria.
— E ele já sabe que é temporário e que iremos embora depois de um tempo?
— Comentei sobre isso, não entrei em detalhes - ela apertou os dedos — E de qualquer modo, seria ingenuidade da parte dele achar que ficaríamos aqui.
— Ih... Sei não hein... - Diana bateu os dedos na mesa devagar — E será que vão aceitar?
— Provavelmente não, mas quem sabe? - ela encolheu os ombros — Ele nunca quis compromisso, talvez fique de saco cheio de ter um filho por perto o tempo todo.
— Vou ficar de olho nas crianças - Felipe disse.
— Eu conto com isso - ela apertou seu braço e sorriu — Não confio nas armações daquelas duas. Mesmo que elas não morem lá, vão querer participar da agitação.
— Verdade - Diana comentou — Eu não sei qual delas é a pior - estremeceu e eles riram — Credo... Deus me livre!
— Não quer ficar lá também para participar?
— Eu não - fez o sinal da cruz — Pode ir, eu fico por aqui. Não tenho o mesmo jeito que você. Me dá vontade logo de pular em cima delas e puxar os cabelos - encolheu o nariz fazendo careta e os dois começaram a rir.
Anelise estava nervosa, mas não estava com medo, só não queria que os filhos não se magoassem. Tentaria se manter calma e imparcial e responder às perguntas com honestidade, deixando coisas ruins ou complicadas de lado.
Alan merecia a verdade, mas não o forçaria demais, iria em seu ritmo próprio.
Depois do almoço ela chamou os dois para o quarto e sentou com eles na cama. Começou a falar como se fosse uma história comum, não colocou peso e nem drama, só foi explicando tudo e mantendo a voz suave.
— E como é isso, “mami”? - Bianca perguntou brincando com o cabelo da boneca — O Alan tem dois pais?
— É isso mesmo, meu amor - ela sorriu e acariciou seu rosto — Alan tem o pai Haroldo e o pai Mathias.
— É aquele homem que você vai ver no hospital? - Alan a questionou, curioso.
— É ele mesmo - o coração dela estava agitado.
— E porque ele não veio me ver?
Alan tinha a fisionomia fechada, mas não era de raiva. Era um misto de curiosidade e dúvida sobre o motivo de ter dois pais.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....