Parte 3...
Ela foi irônica. Ele ficou rígido.
— Vim confirmar se era você. O que faz aqui na cidade?
— Pensei em aproveitar que tive que voltar, para roubar sua família de novo - foi mais irônica e cruel na piada, lhe devolvendo o olhar frio na mesma moeda — É uma boa hora para roubar mais coisas - indicou a casa com a cabeça — Agora tenho onde esconder melhor.
Ele ficou incomodado com a resposta e enfiou os dedos no cabelo, o sol brilhando entre os fios. Incrivelmente bonito, ela pensou. Mas conseguiu se segurar do impacto de vê-lo e manter o semblante calmo e sem mudanças.
Ela lembrava como era enfiar os dedos naquela cabeleira macia e farta. Sempre gostou de seu cabelo.
Ele soltou um suspiro fundo.
— Três semanas depois de tudo, Jason voltou até nossa casa e confessou que você nunca roubara nada.
Ela balançou a cabeça. Jason era um dos supostos amantes que a mãe dele pagara para mentir e criar histórias sobre ela.
De acordo com o plano nojento e perverso dela, Anelise tinha mais dois amantes além de seu filho e que costumavam transar juntos, em uma orgia particular. Algo que ela nem sabia na época o que era realmente. Foram muitos detalhes e até fotos dela junto com os dois em bares.
Uma bela encenação e armação. Ela lembrava dos momentos das fotos e nada tinham a ver com a traição de que era acusada.
Em duas dessas fotos, recordava que Jason fingira a encontrar por acaso e puxou conversa, todo gentil e educado, fazendo-a se soltar enquanto o suposto segundo amante, tirava fotos de longe.
Novaes, o tal segundo amante dela, de acordo com sua irmã Márcia, até havia dormido na casa de Lourdes, sua avó. E claro que tudo foi confirmado, inclusive o roubo que ela teria cometido junto com Jason.
Foi tudo muito bem armado.
Mathias acreditou de imediato. Ciumento e possessivo como era, além de muito machista, comprou a versão sem questionar. Nem mesmo a deixou falar quando tentou explicar.
Afinal, as informações vinham de sua mãe e irmã. Ela era a intrusa na família.
Foi cruel com ela e com certeza nunca a amara como pensou. Amar é confiar no outro e ele não lhe dera nem a chance de se explicar. Só aceitou a mentira e pronto. A julgou e condenou.
E pior ainda.
Ele também dissera coisas horríveis para ela, que a humilharam na frente delas, que estavam gostando de ver seu sucesso na mentira. Cada palavra ele acreditou, na vontade de liberar sua raiva.
— Pois é... Fiquei mesmo sem entender porque a polícia não veio atrás de mim depois de todas as... Provas - ela disse com ênfase seca.
— Eles chegaram a ir - fez uma cara fechada — Mas você tinha sumido e depois minha mãe retirou as acusações.
— Ah! - ergueu o queixo.
Luíza era má. Ela só retirou as acusações depois de um ano, quando entendeu que ela não voltaria à cidade. Haroldo a levara para sua vila paradisíaca na Toscana e lá ela ficou até o filho nascer, sendo protegida por Felipe e sua equipe. Não a achariam ali.
Alan na verdade tinha cidadânia italiana e brasileira. E tinha sido registrado legalmente como filho de Haroldo. Ela ficara grata e feliz por toda aquela proteção.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....