Parte 5...
Três dias haviam se passado. Anelise aproveitou para se entrosar com os funcionários. Mentalmente ela gravou o jeito de cada um para saber como prosseguir.
Alguns eram mais falantes e esses eram os que interessavam realmente. Eram mais expansivos. Ela gostou de uma garçonete chamada Diana.
Era uma negra, alta, magra, muito bonita, com vinte anos de idade e um sorriso enorme. Diana morava em um cortiço com os pais e fazia supletivo para terminar o curso. Era animada e parecia ser uma pessoa positiva.
Ela a fez recordar seu próprio passado. De certa forma elas eram parecidas. Diana também tinha uma certa ingenuidade, apesar da idade e isso a fez simpatizar de cara com ela.
Aproveitou o horário do almoço para ficar por dentro de alguma notícia sobre a família. O restaurante era de Mathias, mas já sabia que a mãe dele aparecia muito no local.
Foi bom saber para poder se preparar. Também percebeu que Lorena não era muito simpatizante da mãe e nem da irmã dele. Estava de olhos e ouvidos abertos para acumular informações que poderiam vir a ser úteis.
À noite ela ligava para saber como estavam as coisas e para falar com as crianças antes delas irem dormir. Felipe e Ludmila estavam cuidando bem de tudo.
Também estava lendo os contratos para as aquisições e vendo como estava indo as negociações que ainda estavam em pauta, mesmo com ela fora. Mantinha contato com Hugo que lhe enviava as mensagens e contratos pelo celular.
Ficava acordada até tarde adiantando o que era possível, mas em breve ela precisaria comparecer à empresa.
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Já era quase meio-dia e o restaurante estava bem movimentado. Na área em que ela atendia, um cliente puxou conversa com ela por duas vezes, mas se fez de tonta e apenas o serviu.
Quando trouxe o prato principal, o homem começou a insistir de novo em puxar assunto e ela foi mais firme com ele. Ao se afastar da mesa viu que Mathias estava próximo e ao seu lado, a mãe.
Por um breve instante ela estremeceu para logo em seguida se recuperar, assumindo sua casca protetora diante da grande causadora de seu infortúnio no passado.
Entrou na cozinha e bebeu água gelada, respirando fundo. Voltou ao salão e viu que a mesa onde eles estavam ficava na sua área. Não era coincidência.
Com uma certa ironia e divertimento ela se aproximou da mesa e parou em frente com o bloco e a caneta na mão.
— Boa tarde - ela disse gentil, como se fosse tudo normal para eles — O que desejam?
Luiza abaixou o cardápio e abriu bem os olhos ao vê-la ali de pé. Sua cor ficou mais pálida.
— Boa tarde - ele a olhou por inteiro no uniforme do restaurante que acentuou suas curvas.
— Vão querer tomar algo? - questionou se fazendo de tranquila. Por dentro estava um pouco nervosa.
— Se você lembra, eu não bebo - Luiza deu um sorriso quase que desagradável para ela.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....