Parte 6...
— Aqui - Diana entregou a bandeja com os pedidos para Anelise levar — Cuidado. Aquela lá morde - disse baixinho.
— Não se preocupe - respondeu e pegou a bandeja sorrindo — Eu sou vacinada.
Ela levou a bandeja até a mesa deles e arrumou os pratos com cuidado e elegância, deixando as taças e talheres na ordem correta. Fez de propósito.
Agradeceu mentalmente as aulas de etiquetas e postura que Haroldo a mandara fazer. Luiza sabia que antes ela não tinha noção desse tipo de coisa e ficou observando-a arrumar tudo.
— Está muito feia essa apresentação - Luiza reclamou empurrando o prato com a comida.
— De novo, você pode reclamar com o dono - inclinou a cabeça — Eu apenas sirvo as mesas. O cozinheiro é o responsável pela apresentação do prato - a encarou — Algo mais... Senhora? - perguntou de modo ousado.
Mathias segurou a vontade de rir diante da expressão da mãe. Fazia tempo que ele não a via assim.
— Ela não tinha essa ousadia antes - Luiza disse quando Anelise se afastou — Não estou mais com fome.
— O tempo passou, mãe - ele olhou para Anelise com melancolia. Suspirou — E você não queria mesmo comer, só estava curiosa sobre ela.
— É normal - fez um gesto com a cabeça — E você não deveria ter lhe dado o emprego.
— Mas eu dei. Ela precisa de dinheiro.
— Tanto faz - encolheu o nariz — Poderia muito bem trabalhar em qualquer outro local.
— Não recomece - ele fechou a cara.
Ele recordou que no passado a mãe a criticava constantemente. Nada era bom.
— Não vá querer intimidá-la - avisou.
Luiza espetou o peixe com o garfo. Não estava gostando da presença dela ali.
— Parece que isso não está acontecendo - ela ergue a sobrancelha — Ela parece bem firme - levou o garfo à boca, mastigando pensativa — Você já conversou com ela para saber mais? Sabe o que ela fez esse tempo todo? - perguntou curiosa — E ela não é casada? É estranho isso... São dez anos.
— Não sei - ele mexeu a cabeça sutilmente — Vai ver ela não conseguiu um substituto - riu de jeito ácido — Você não diz sempre que eu sou especial?
— Digo - ela limpou a garganta — Mas não sei coo uma garota do jeito dela não está casada.
— Não entendi - ele se inclinou para a frente — Não era você quem repetia que ela não prestava?
— Não seja grosseiro, Mathias.
Luiza se preocupou. Ele já começava a dar sinais de rebeldia. Essa recém chegada Anelise não parecia ter medo dela. Ou talvez ainda fosse muito cedo. Tinha que pensar em algo.
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Mathias comeu, mas não sentiu o sabor da comida realmente. Sua atenção estava voltada para ela, Anelise, andando pelo salão, falando com os clientes, servindo as mesas.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....