Parte 7...
— Eu vou descer no próximo ponto - Anelise disse e levantou — A gente se vê amanhã - sorriu — Se cuide.
— Você também.
Ela desceu do ônibus e acenou da calçada. Precisava andar um pouco ainda até chegar em casa. Foi olhando as casas, os jardins, a rua toda. O bairro ali era simples, mas era muito melhor do que onde Diana morava. Ela tinha crescido por ali e somente nos últimos dez anos ela havia perdido o contato com o lugar, mas fazia parte dali, tinha uma história.
Ela puxou o ar e ajeitou a bolsa no ombro. As luzes das casas e na frente das portas já estavam acesas. O barulho de carros em breve iria diminuir, cada família em seu canto.
Suas pernas doíam por ficar em pé de um lado para outro o dia todo. Fazia tempo que não passava tanto tempo de pé. Ela estava mais acostumada a trabalhar sentada em uma confortável e moderna cadeira.
Porém ela não iria reclamar. Estava fazendo bom proveito até disso. Estava se reconectando com coisas que haviam ficado para trás. E tinha sido um dia produtivo com tudo o que ouvira e com o primeiro confronto com Luiza.
Caminhar também lhe fazia bem. Podia pensar mais. O clima estava gostoso, embora mais frio do que estava acostumada nesses últimos anos.
Aracaju é uma capital quente e litorânea e a média da temperatura por lá é de trinta graus. As praias são bonitas e a maioria delas calma e com ondas pequenas, de água clara e morna. Ela se acostumou com isso e passou a gostar.
Já em Santa Cruz, uma área mais rural de São Bernardo do Campo, a média é de dezoito graus, bem diferente de lá. Por estar localizada no alto da Serra do Mar, o clima era sempre nessa faixa, às vezes bem menos. E também era bom.
Era comum que durante o outono e a primavera tivesse nevoeiro pelas manhãs. A Serra do Mar tinha aproximadamente mil e quinhentos quilômetros e se estendia do estado de São Paulo, passando pelo Rio de Janeiro e até o Rio Grande do Sul.
A paisagem era bem diferente de Aracaju, capital nordestina de Sergipe, onde tudo era plano no mesmo nível do mar. Ali ela tinha montanhas, lá ela tem mais de trinta quilômetros de praias mornas. E ambas as paisagens eram perfeitas, cada uma com sua característica particular.
Anelise entrou em casa e antes de outra coisa qualquer, ela ligou para falar com as crianças. Ludimila lhe passou tudo sobre os dias e como elas estavam se comportando. Gostaria de ligar mais, só que não queria chamar atenção no restaurante.
— A Bia decidiu que pintar a parede do quarto de brinquedos seria mais divertido - Ludimila a informou.
— Ah, meu Deus! - ela deu risada.
— Agora você tem uma parede toda colorida, cheia de rabiscos e flores.
— Então vai ter que chamar o pessoal da pintura.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....