Parte 2...
Ligou para a avó certa vez para saber como estavam as coisas e ela lhe disse que não voltasse. Luiza tinha aparecido em sua casa com ameaças e Márcia encontrou com ela na rua e aproveitou para dizer que o irmão estava entrando com um processo contra ela por roubo. E às vezes durante a noite o telefone tocava e ninguém dizia nada do outro lado.
Ela não poderia mesmo voltar. As ameaças continuavam.
O tempo foi passando. Ela foi até o endereço que Camélia havia lhe dado e já tinham contratado outra pessoa no dia anterior. Mesmo desanimada ela seguiu no dia seguinte para o segundo endereço, mas antes de chegar até lá, a mão divina interviu e sua vida começou a mudar.
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Fazia calor. Era final de tarde, mas o ar estava carregado, parecendo que em breve choveria. Ela comprou um copinho de água mineral em um trailer e sentou em um banco da praça para descansar os pés.
Não se sentia bem. Sua pulsação estava rápida e sentia uma leve tontura. Bebeu um gole e fechou os olhos, sentindo o mundo girar. Sabia que estava caindo, mas não chegou a sentir o baque no chão, como seria esperado.
Piscou várias vezes para focar os olhos em algo. A sombra à sua frente foi ganhando forma e quando sua visão clareou ela o viu. O rosto preocupado de um homem que a segurava com cuidado.
O cabelo muito loiro, quase branco. Nariz comprido, boca grande de lábios bem feitos e um par de olhos esmeralda que a observavam com curiosidade.
— Você está bem? - ele questionou preocupado — Eu tive que correr muito para conseguir te segurar a tempo.
— O que? - piscou de novo sem entender.
— Você desmaiou, eu acho. Ia cair de cara no chão. Com certeza iria se machucar.
Ela notou o sotaque arrastado dele e sorriu de leve. Ainda não se acostumara a esse sotaque local.
— Eu... Fiquei tonta - se ajeitou tímida — Mas estou bem agora. Obrigada por me segurar.
— Eu nunca o vi correr tanto.
Ela olhou para o lado. Um outro homem bem alto, forte, barbudo e de presença excêntrica a olhava com um sorriso.
— Não costumo correr - ele riu — Mas foi por uma boa causa - a encarou segurando sua mão.
— Você está doente? - o outro perguntou e apontou para a clínica do outro lado — Precisa que a leve até lá?
— Não - respondeu meio débil — Estou grávida.
Os dois se olharam espantados.
— Está esperando seu marido? - o loiro que a segurou questionou.
— Eu não tenho marido - abaixou a cabeça, envergonhada.
— O pai da criança? - o outro perguntou.
Foi inevitável. Ela encheu os olhos de lágrimas e balançou a cabeça, se sentindo derrotada.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....