Nosso Passado romance Capítulo 38

Parte 2...

No dia seguinte Mathias reapareceu na hora do almoço, trazendo uma ruiva a tiracolo. Ao mesmo tempo que ela se aborreceu com isso, achou engraçado. A garota parecia muito com ela em algumas coisas, especialmente o cabelo.

Desde que parara de pintar o cabelo de preto, sua cor natural reacendera. Era uma ruiva com fios loiros naturais misturados. A garota que estava com ele também era assim. Abaixou a cabeça para que ele não visse seu sorriso debochado.

Mathias sempre tivera uma fila de mulheres querendo sair com ele e agora queria provar isso. Meio infantil, mas tudo bem para ela. Não iria entrar na brincadeira.

Mesmo sendo a primeira vez que o via com outra desde que se afastara, ela não iria entrar nessa. Era uma velha tática dele. Era ruim, claro, sentiu até um gosto amargo na garganta. Só que agora ela tinha o controle do jogo.

Foi até a mesa deles com o melhor sorriso e a voz suave, cumprindo bem o papel de garçonete. Parou ao lado da garota escondendo suas verdadeiras intenções e falou com eles.

— Boa tarde - sorriu direto para ela — Vão querer pedir ou preferem ver a carta de vinhos? - ela perguntou o mais educada possível.

— Já sabe o que costumo beber - ele nem a olhou — Deixe o menu aí.

— Claro... Senhor - ela respondeu solícita e gentil, porém irônica — E para a senhora? - voltou a sorrir para a garota.

— Ai, senhora não - ela riu e mexeu no cabelo — Somos talvez da mesma idade.

Até que a garota não parecia ser babaca. Vai ver era mais uma que caía na lábia dele.

— Pode me trazer um suco sem açúcar.

— E qual fruta?

— Ah, qualquer uma, desde que seja sem açúcar - abanou a mão — Preciso manter a forma como modelo.

— Ah, sim... Acho que a reconheço - franziu os olhos tentando lembrar. Quando ela disse a marca que fizera a campanha ela realmente recordou — Essa coleção ficou ótima.

— Sim, realmente - ela sorriu — É a cor da moda para este ano - balançou o corpo.

Anelise quis rir da cara de raiva que ele fez, mas se segurou e apenas agradeceu. Ela entendeu o que ele queria com aquilo. Fazia um showzinho. Estava usando a garota para mostrar que não precisava dela, que tinha amantes a qualquer momento e que as mulheres o queriam de qualquer forma.

Isso a aborreceu por uns minutos e até entristeceu, por trazer recordações do passado, mas não demonstrou e nem deixou que isso crescesse. Ele não mudara. Isso foi muito bom porque reforçou sua ideia de não ceder a ele.

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Anelise já estava a quarenta minutos visitando as instalações da empresa junto com outros dois diretores e um funcionário que os acompanhava. Eram muito gentis e prestativos, respondendo aos seus questionamentos com rapidez e interesse.

Como ela estava sozinha, gravou toda a visita em áudio e imagem para levar para Hugo e os sócios. Eles lhe entregaram duas pastas com as informações detalhadas das negociações e da conta com a empresa amiga na Espanha. Seria excelente fechar com eles e levar junto a outra conta.

Em nada ela se parecia com a Anelise garçonete. Saiu no fina do turno dela e foi até um salão que tinha pesquisado na internet um pouco antes. Eles ofereciam todo o serviço de salão e também havia uma parte adjacente com roupas de classe para qualquer ocasião, para aluguel ou compra.

Colocou de novo as lentes de contato como fazia anteriormente, porque um dos diretores já havia falado com ela antes. O cabelo ruivo não tinha importância. Mulheres adoram mudar o cabelo.