Parte 1...
Durante a volta para a casa dela, ele sentiu uma mão invisível apertar seu coração. No passado ele tinha feito esse mesmo trajeto várias vezes, mas de uma forma diferente.
Ele sempre estava com a mão na sua ou ele segurando seu joelho. Sempre tinha que ter algum toque, algum gesto que os deixasse ligados.
Sua garganta ardia de vontade de falar tudo o que tinha preso, que sentiu quando ela o deixou. Vontade de jogar na cara que foi atrás dela dias depois para pedir que voltasse para ele, com ou sem traição, que eles resolveriam a questão do roubo, que iria ajudá-la se estava necessitando tanto de dinheiro.
Ele iria conseguir um modo de corrigir os erros dela, mas não a achou. Era tarde demais.
Ele parou o carro na vaga e ela logo abriu rápido a porta.
— Posso entrar? - ele pediu.
— Eu não acho que...
— Por favor, Anelise - pediu de novo — Só cinco minutos.
Ela respirou fundo. Seria uma outra batalha. Não seriam só cinco minutos. Ela sabia bem.
— Anelise...
Ela iria embora em pouco tempo. As coisas já começavam a se ajustar na direção que ela queria mesmo. Sa vida era longe dali, sua casa, seus filhos. Tudo era longe.
Sabia que poderia cometer um grande erro se envolvendo com ele de novo, mas aquele olhar era como antes. Ainda existia uma energia que vibrava forte entre eles e ela também sentia isso.
Mathias tinha sido seu primeiro amor de adolescente. Um amor puro que havia sido maculado pela perversidade da mãe dele.
Ela tinha o desejo e o egoísmo de querer ver o filho casado com outra e ela estava no meio atrapalhando seus planos, por isso valia tudo para que o abandonasse.
No fundo seu coração e sua cabeça queriam um encerramento, apesar de sua mente ferver e girar, tentando se convencer de que não deveria deixar que ele se aproximasse demais, porém ela queria provar que era só uma vez, só um desejo antigo de fechar essa porta de vez.
— Cinco minutos - ela desceu do carro.
Ele a seguiu pela casa enquanto acendia as luzes. Anelise jogou a bolsa em cima da mesa e foi se certificar de que o quarto que usava para trabalhar estava trancado, como disse a Diana que sempre o deixasse.
Girou a maçaneta e estava trancado mesmo. Foi até o interruptor no final do corredor e acendeu a luz. Quando se virou ele estava colado a ela.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....