Parte 4...
Mathias pisou pesado no acelerador pensando em como gritou com ela, a acusou de ser ladra, chamou de vagabunda e de interesseira, que só o queria pelo nome e dinheiro de sua família.
E todo o tempo ela queria lhe contar a verdade e ele não deixou, defendendo as culpadas, cheio de ódio e mágoa por algo que ela realmente não fizera. Se sentia envergonhado de ter sido tão cego para acreditar nas mentiras da mãe e da irmã. Não lhe deu nem oportunidade de explicar sozinha, longe delas.
Ele sentiu anos e anos de saudade. Se sentiu um covarde. Ele nunca disse que a amava de verdade, mas sentia isso quando estavam juntos. Tinham tanto em comum. Ela era divertida, doce, gentil, apaixonada. E ele tinha sido o maior dos egoístas.
Não a merecia naquela época, mas queria merecê-la agora. Precisava dela. Desesperadamente. Lhe devia uma vida.
Anelise sempre estava ao seu lado, mesmo quando ele não precisava, mesmo sem entender como era a família dele e o que ele passava no trabalho, tendo um estresse grande por ter que continuar o que seu pai havia criado e tendo que cuidar de sua mãe e irmã.
Ela lhe dava atenção e carinho sem pedir retribuição e isso o fazia se sentir calmo e seguro, que o ajudava a ter dias mais relaxados e a forma como ele retribuiu foi com ingratidão.
Ele tinha medo de se entregar à ela de vez e assumir um compromisso sério como um casamento e acabar sendo dominado, assim como aconteceu com seu pai, que vivia reclamando de sua mãe. No fundo isso era medo de perder a liberdade. Não queria ser como seu pai, que vivia de caso em caso, traindo sua mãe. Por isso ele segurou Anelise em uma relação que apenas a deixava de molho, sempre a espera.
O casamento era algo que o desagradava, mas por ela faria isso, não a deixaria ser mãe solteira e sem ajuda, como acontecia com muitas outras mulheres por aí.
Agora ele tinha um grande problema em mãos. Como iria conseguir convencê-la de que a queria de verdade e que queria o casamento que ela desejava antes? Como mostrar a ela que tinha mudado em algumas coisas e que precisava dela para continuar essa mudança?
Se ele ainda a queria e se passara dez anos sozinho, isso não serviria como uma prova de amor? E será que ela ainda teria amor real por ele depois desse tempo todo?
Eram tantas perguntas e tanto para falar. Tempo perdido para recuperar. E ainda tinha seu filho. Ele era pai, pelo amor de Deus. Como ele seria pai? E seu filho iria aceitar isso?
Eram muitas coisas a organizar agora e precisava manter a calma para não meter os pés pelas mãos de novo e cometer os mesmos erros de antes.
Com a mãe e a irmã ele acertaria depois. Elas agora não eram importante nessa história. O que importava mesmo agora era só Anelise e seu filho.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....