Parte 2...
Enquanto tomava banho ela aproveitou para liberar seu estresse e seu medo do que poderia acontecer com Mathias. Chorou embaixo do chuveiro enquanto a água descia morna por seu corpo.
Sentiu falta de sua tranquilidade antes de inventar essa vingança. Agora ela tinha a obrigação de contar ao filho sobre seu verdadeiro pai e esperava fazer isso ao lado de Haroldo, não sozinha. Tinha conseguido sua vingança. Luiza finalmente revelara toda a verdade, seu nome estava limpo.
Encostou a testa na parede azulejada, pensando de olhos fechados. Já não precisava forçar nenhuma das duas, ele já sabia bem quem elas eram e o que tinham feito. O quanto tinham sido más.
Porém, ela precisava assumir sua parte na culpa também. Ela mentiu sobre sua idade, não teve coragem de brigar e nem forças para lutar para lutar pelo seu amor. Ela até tinha sido fraca de abandonar sua avó.
Era muito imatura, não sabia como era de verdade o mundo dos adultos e menos ainda o lado que Mathias fazia parte.
E ele também era culpado, até já tinha assumido. Mas ele precisava estar bem e forte, para assumir sua parte diante de seu filho. Agora que ele sabia de tudo, não havia mais a velha desculpa de que ela o traíra.
***************
Anelise voltou ao hospital. Mathias estava em um quarto na ala da UTI. Bateu de leve na porta e entrou, só Luiza estava no quarto. Abatida, com os olhos vermelhos e um terço nas mãos.
Mathias estava de olhos fechados. O rosto com arranhões e vermelho na lateral esquerda. O cabelo preto bonito tinha sido raspado de lado, um pouco acima da orelha onde se via a fileira de pontos que fechava o local onde os médicos o operaram.
Ela engoliu pesado e sentiu a garganta doer. Ele parecia mais morto do que vivo. Seu braço e quadril estavam engessados e da perna alguns parafusos compridos se ligavam ao osso.
Das máquina em cima e na lateral desciam fios que se ligavam a ele e o respirador subia e descia devagar, marcando a respiração lenta dele.
Ela não chegou a ver o marido dessa forma. Quando chegou ao hospital Haroldo já estava morto. Ela sentia a mesma sensação pesada e ruim de perder outra vez.
Se aproximou dele e segurou sua mão. Se inclinou sobre seu rosto e sussurrou ao seu ouvido.
— O que está fazendo? - Luiza questionou.
— Falando com ele.
— Ele está em coma, não pode lhe ouvir.
— Não é certo isso. Existem estudos que comprovam que algumas pessoas conseguem perceber o que está acontecendo em volta. Muitos até se recordam depois do que ouviram.
— Não sabia disso.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....