Nunca serei tuya romance Capítulo 4

Ponto de vista de Selena

Deitada no chão duro da minha cela, não faço ideia de quanto tempo estive inconsciente. Lembro-me do meu companheiro agachado na minha frente e, mais tarde, quando o cara grande e volumoso me jogou sobre o ombro e me carregou para cá. Quando ele me jogou no chão, eu apenas consegui tentar proteger minha cabeça, mas foi só isso. Meu corpo já estava com uma quantidade tremenda de dor, então o impacto no chão não piorou as coisas.

Começo a sentir frio. Só estou com uma camisa e mais nada. É o que consegui vestir antes de me envolver na briga. Eu não deveria estar lá em primeiro lugar e agora me arrependo de ter ido!

Esse foi outro erro estúpido que cometi, fui avisada antes de ir para lá, mas não resisti.

Eu sei que, se eu voltar, vou ouvir sobre isso até o fim do dia.

Suspiro e tento rolar para o lado esquerdo, tudo no meu corpo dói. Só espero que o beladona saia do meu sistema para que eu possa me curar um pouco. Deitada ali, ouço ao meu redor e ouço vários outros prisioneiros, alguns estão com dor e outros estão apenas quietos. Não tenho certeza de quantos deles vão sobreviver à noite. Tentando abrir os olhos, espero até que meus olhos se ajustem à escuridão, sem meu lobo, meus sentidos não são tão rápidos para se ajustar.

Olhando para o lado, vejo uma beliche e provavelmente seria melhor deitar nela, mas não tenho forças para me mover até lá. Há um balde no canto da cela e acho que, se eu precisar usar o banheiro, será isso. Tentando mexer os dedos, sinto que meu dedo mindinho ainda está esmagado e apenas suspiro e coloco a mão para baixo. Não adianta tentar fazer qualquer coisa.

Todos esses anos tenho evitado chegar perto do reino dele apenas para acabar aqui por um erro estúpido, prometi a mim mesma no dia em que fui forçada a sair do reino dele para nunca mais olhar para trás, deixando minha família e amigos para trás.

O dia em que fui ordenada a sair do reino dele foi meu décimo oitavo aniversário e quando fugi fui forçada a me transformar sozinha pela primeira vez. Nunca tive a oportunidade de me despedir da minha família e amigos, apenas saí sem dizer uma palavra. Tive a oportunidade de entrar em contato com eles depois, mas nunca o fiz, uma parte de mim quer e sinto falta deles mais do que qualquer coisa.

Só sei que, se o fizesse, teria que dar a eles uma explicação e não sei como explicar sem dizer a eles que ele é meu companheiro. Para ser honesta, não quero que ele me encontre nunca mais e não posso arriscar que ele me encontre. Tenho sido boa em esconder minhas pegadas ao longo dos anos e até agora não cometi nenhum erro.

Não sei se ele sequer tentou me procurar, mas não ousei correr nenhum risco.

Ao longo dos anos, pensei em rejeitá-lo, mas já sei que ele não concordaria, já que sou sua segunda chance de companheira, isso provavelmente o enfraqueceria ao ponto de ele morrer e, se ele me encontrar, certamente ficarei presa em uma cela pelo resto da minha vida.