O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 118

Eu limpei minhas lágrimas de forma desajeitada, olhando para a mão dele ainda envolta em ataduras, balançando a cabeça.

Tudo isso, do começo ao fim, não tinha nada a ver com ele. Se não fosse por sua intervenção desinteressada naquele momento, aquela faca já teria sido cravada em meu abdômen.

"Marta Cavalcanti, onde está ela?"

Ao pensar na principal culpada pela morte do meu filho, eu desejava poder acabar com ela agora mesmo.

Se eu soubesse que as coisas terminariam assim, teria a expulsado da empresa no dia em que a conheci.

"Eu já a entreguei para a polícia. Ela foi detida temporariamente por agressão intencional."

Eu permaneci em silêncio, cruzando os braços em um gesto de defesa.

Apesar do ar-condicionado do quarto estar ligado, eu ainda sentia frio, um frio que não conseguia aquecer meu coração de forma alguma.

"Você quer comer alguma coisa?"

Ricardo Rodrigues, aparentemente enfrentando uma situação dessas pela primeira vez, soava um tanto quanto perdido em sua voz.

Eu estava grata por sua intenção.

"Não, está tudo bem, Ricardo Rodrigues. Eu só quero ficar sozinha um pouco."

"Certo."

Ricardo Rodrigues franziu a testa, parece que queria dizer algo, mas gentilmente se levantou para me dar um espaço.

Sozinha no quarto, eu acariciava meu abdômen inconscientemente.

Meu bebê, me desculpe.

Olhei para fora da janela, o céu lá fora parecia sem fim, mas minha visão logo começou a turvar.

Depois de fazer todos que te prejudicaram pagarem, eu irei te encontrar, tudo bem?

...

O dia inteiro se dissolveu em silêncio, comigo sentada na cama, imóvel, como uma estátua de alguém que havia perdido tudo."

De repente, senti que a vida não tinha mais significado para mim.

Pensando bem, minha vida até aqui foi uma completa falha.

Um marido que me traiu, acusações de plágio, ferida por uma amante, perdendo meu filho no processo.

Eu nem mesmo sabia o que poderia fazer ou o que faria no futuro.

Sozinha no quarto, sem a interferência de enfermeiras ou médicos, eu me sentia vazia.

"O que aconteceu com seus sonhos, sua carreira?"

Eu não queria chorar, mas as lágrimas caíam sem controle.

"Eu também não queria isso, mas dói tanto."

"Tudo vai passar."

Ricardo Rodrigues de repente me puxou para um abraço apertado.

Naquele momento, eu só queria um ombro para chorar.

As lágrimas vieram com mais força, uma torrente incontrolável, enquanto eu chorava descontroladamente em seu peito, liberando todo o desespero, toda a dor que parecia impossível de carregar sozinha.

Desabafando todo meu desespero e intransigência.

"O que vocês estão fazendo?"

A voz de Carlos Rodrigues rasgou o silêncio, interrompendo o momento de caos silencioso. Ele estava na porta, chocado, os olhos arregalados como se tivesse levado um golpe no rosto, olhando para mim como se tivesse levado um tapa, com uma expressão extremamente feia.

Ele caminhou rapidamente até mim, me puxando com força. Eu mal tinha forças e quase caí.

"Larissa Lage, Marta Cavalcanti disse que você estava grávida, não é?"