O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 48

"Uma descrição apropriada."

Acabávamos de conversar quando levantei a cabeça e vi Ricardo Rodrigues olhando para mim.

Senti um desconforto no fundo do coração.

Será que ele ouviu nossa conversa agora há pouco?

Realmente, não se deve falar mal dos outros pelas costas.

Jerônimo Serra, sempre generoso, havia reservado a maior sala VIP e encomendado uma variedade exuberante de frutas.

Logo depois, chegaram outros companheiros da corrida, transformando o ambiente.

Escolhi um canto discreto para me sentar.

Especialmente depois de casada, quase não frequentei mais karaokês; voltar a um lugar assim realmente me deixava desconfortável.

Voltar a um lugar assim realmente me deixava desconfortável.

Felizmente, com tanta gente, ninguém me notava, e eu até conseguia me sentir à vontade.

Guerrero cantava com maestria; indiscutivelmente, era a rainha do microfone. Depois de escolher as músicas, ela pegou alguns morangos secos da mesa e me deu.

"Quer ouvir alguma coisa em especial? Eu canto para você."

"Não se preocupe, pode se divertir. Não precisa se ocupar comigo."

"Como assim não?" Guerrero olhou para mim, descontente. "Fui eu quem te trouxe; não posso simplesmente te deixar aqui sozinha."

Eu sorri e experimentei os morangos secos que ela havia me dado.

A sala barulhenta foi preenchida com uma melodia diferente.

Fiquei atônita.

"Sempre que penso em você

Como após a chuva o céu se abre

Vejo uma borboleta voando sobre as ruínas

Eu posso superar as perturbações e esquecer o passado

Foi você quem me deu uma nova vida..."

Como poderia ser essa música?

No ano do acidente de carro que tirou a vida dos meus pais, meu estado mental estava péssimo, e eu mal conseguia seguir em frente. Sempre que não conseguia dormir, Carlos Rodrigues cantava essa música para mim.

Recordo-me claramente de como ele cantava 'Foi você quem me deu uma nova vida', dizendo-me, 'Larissa, sei que está difícil para você; de agora em diante, deixa eu ser sua família.'

Foi naquele ano que decidimos nos casar.

"Larissa Lage e Carlos Rodrigues se casaram."

"Ah, aquele seu sobrinho que saiu de casa para fazer sua própria vida, né?"

"Chega, já está tarde, vamos embora."

Ricardo Rodrigues pareceu relutante em continuar a conversa e se levantou primeiro.

Com ele dando o tom, os outros pararam com as brincadeiras.

Já eram onze horas, Guerrero tinha bebido bastante, eu a ajudei a chamar um motorista.

"Irmão, por que está sendo tão bondoso hoje à noite? Não pense que não sei que você e seu sobrinho mal se veem, que dirá terem algum afeto."

"Te conheço há tanto tempo, você não é de ter pena."

"Cala a boca."

Ouvi Ricardo Rodrigues repreendê-la friamente.

Eles provavelmente estavam perto, fiquei hesitante se deveria fingir que não ouvi.

Então, Jerônimo Serra gritou na nossa direção.

"Larissa, quer que eu te leve para casa?"