O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 62

A voz do homem era fria e ligeiramente rouca.

Ela atingiu meus ouvidos, fazendo metade do meu corpo formigar.

"Não."

"O prêmio de primeiro lugar no Concurso Internacional de Novos Designers de cinco anos atrás, também estou curioso para saber quanto do seu talento ainda resta."

O homem disse isso de uma forma indiferente.

No entanto, suas palavras provocaram um turbilhão de emoções em mim.

Levantei a cabeça, surpresa.

Como ele sabia dessas coisas?

"Larissa Lage, não importa por que você veio para a FeliciMoral, nós aqui na FeliciMoral nunca mantemos ociosos."

Ricardo Rodrigues me olhou com significado, suas palavras soando implacáveis.

"Entendi, Presidente Rodrigues."

"E mais," o homem fez uma pausa, com uma leve franzida entre as sobrancelhas: "eu espero que você não deixe que assuntos sentimentais afetem a empresa."

"Vou me atentar a isso."

Eu sabia que ele provavelmente tinha ouvido falar das visitas diárias de Carlos Rodrigues.

Carlos Rodrigues tem sua própria empresa, com carros de preços exorbitantes, e frequentemente aparece nas páginas financeiras, então não é difícil para conhecidos descobrirem sua identidade.

"Espero que os designs que você apresentar amanhã não me decepcionem."

Ricardo Rodrigues acenou com a cabeça, sem dizer mais nada, e deixou o departamento de design.

Rapidamente, recompus meu ânimo e mandei uma mensagem para Carlos Rodrigues, dizendo que ele não precisava vir me buscar.

Voltei ao meu posto de trabalho e comecei a aprimorar os conceitos de design que havia criado anteriormente.

Nesses anos, nunca deixei de desenhar, visitando frequentemente exposições de joias e trabalhando em designs em particular, resultando em vários protótipos.

Quando finalizei o último desenho, percebi que já eram mais de dez da noite e eu era a única pessoa na empresa.

Guardei os desenhos e desci as escadas, e ao sair do prédio da empresa, vi Carlos Rodrigues.

Ele estava encostado na porta do carro, vestindo um sobretudo preto, parecendo um modelo com sua beleza, apenas com um cigarro entre os dedos, o que lhe dava um ar mais decadente.

Quando começamos a namorar na universidade, ele também me esperava todas as noites quando saía do estudo.

Lembro-me de uma vez, em Brasília, quando choveu torrencialmente e eu não tinha um guarda-chuva.

Ele sorriu.

"Não é algo que você queria há muito tempo?"

Ao abrir, vi que era um relógio.

— Ponte de Encontro.

Um design que já foi popular em todo o mundo.

A característica mais única deste relógio é que, a cada vez que os ponteiros dos minutos e das horas se encontram à meia-noite, os amantes desenhados no relógio se beijam.

Eu sempre quis ter um relógio assim.

"Por que de repente está me dando um presente?"

Fechei a caixa, olhando para o homem no assento do motorista.

"Quero te ver feliz."

O homem disse em voz baixa.

"Larissa, não se apresse em se decepcionar comigo, está bem?"