O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 63

Num momento em que eu pensava que tudo estava melhorando, recebi várias mensagens naquela noite.

"Larissa Lage, eu te amaldiçoo para que você e Carlos Rodrigues nunca tenham filhos, e se tiverem, que venham com problemas! Ele me forçou a abortar, e eu não vou deixar isso barato."

"É por sua causa que meu filho está morto, vocês vão pagar por isso. Todos os dias que vocês estiverem juntos, vou tornar a vida de vocês um inferno."

"Larissa Lage, você é cruel, e um dia você vai pagar pelo meu filho!"

"Um homem que pode matar seu próprio sangue, Larissa Lage, você não tem medo?"

...

Lendo essas mensagens, não pude deixar de me sentir aterrorizada.

Larissa Lage, você não tem medo?

Eram apenas palavras frias em uma tela, mas eu sentia como se alguém estivesse sussurrando em meu ouvido sem parar.

Até que Carlos Rodrigues me deu um tapinha e eu pulei de susto.

Ele se assustou.

"O que foi? Por que esse susto todo?"

Eu o olhei, silenciosamente beliscando a palma da minha mão.

Esse homem, cujos traços são tão familiares para mim, de repente me pareceu assustador.

"Carlos, você... você..."

Sentia como se mãos invisíveis me apertassem a garganta, e com grande esforço consegui terminar a frase.

"Fez a Marta Cavalcanti abortar?"

Houve um brilho feroz nos olhos de Carlos Rodrigues por um momento, mas rapidamente voltou ao normal.

"Alguém andou falando besteira de novo?"

Eu o encarei fixamente, com uma determinação que nunca havia tido antes.

Carlos Rodrigues hesitou, mas sorriu e colocou a mão em meu ombro.

"Larissa, você precisa descansar."

"Carlos Rodrigues," empurrei sua mão com uma pitada de desapontamento em meus olhos: "se você não quer se divorciar, por que não pode ser honesto comigo?"

Ele me olhou intensamente.

"Marta Cavalcanti disse algo a você? Eu..."

"Chega," respirei fundo para acalmar meus nervos: "vamos descansar."

"Ela não disse nada, eu descobri sozinha."

Quando ele tentou tocar minha mão, eu me levantei abruptamente.

"Larissa," Carlos Rodrigues me chamou de trás: "eu fiz isso por você. Eu posso viver sem filhos, mas não sem você. Se realmente existir tal coisa como karma, eu estou disposto a enfrentá-lo sozinho."

Por algum motivo, naquele momento, eu quase não tive coragem de olhar para trás, para ver o amor em seus olhos.

"Vou me lavar."

Como um soldado em fuga, corri para o banheiro e fechei a porta com força.

Liguei a torneira e lavei meu rosto freneticamente com água fria, tentando manter a calma.

Levantando a cabeça e olhando no espelho, percebi que havia chorado.