O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 66

Ser pego em flagrante bisbilhotando foi tão embaraçoso que desejei poder me enfiar em um buraco naquele momento.

"Desculpe, Presidente Rodrigues."

"Se não for nada, vou voltar ao meu trabalho."

Eu tossi levemente, tentando disfarçar o constrangimento.

"Na verdade, há um favor pessoal que gostaria de pedir."

O homem franziu a testa, parecendo estar em conflito.

"Presidente Rodrigues, diga."

"Minha tia vai fazer aniversário em breve e gostaria que você desenhasse um conjunto de joias para ela. Se for inconveniente, não se preocupe."

Ele acrescentou rapidamente.

Isso me pareceu estranho.

"Mas, Presidente Rodrigues, seu design não é inferior ao meu."

"Larissa Lage," Ricardo Rodrigues me olhou de forma peculiar: "Estou muito ocupado."

De fato, ele gerencia um conglomerado tão grande quanto a FeliciMoral.

Realmente, cabeça de grávida é outra história.

Ele franziu a testa brevemente antes de dizer: "Pode ir, procurarei outra pessoa."

Fiquei um pouco constrangida.

Ricardo Rodrigues já me ajudou mais de uma vez, apenas pedindo um design de joias, eu não deveria recusar.

"Presidente Rodrigues, poderia me enviar os gostos da sua tia depois? Agradeço pela ajuda nas últimas vezes."

"Vou pedir ao Milton Osório para enviar para você."

Ricardo Rodrigues, apoiando uma mão na mesa, pausou antes de continuar: "Ah, e sobre este projeto, qualquer material de diamante que precisar, fale com o departamento de design."

"Espero que o trabalho exposto seja perfeito."

"Entendido."

Nesse ponto, eu e Ricardo Rodrigues concordamos.

Sou meticulosa com meu trabalho, sempre lapidando as joias pessoalmente.

Só tenho duas semanas para preparar o projeto, então acompanhei o Diretor Dias até o centro de avaliação de joias à tarde para ver as gemas.

Seria a primeira vez em cinco anos que meu trabalho seria exposto, e eu queria que fosse perfeito.

Gemas recém-extraídas, com sorte, poderiam ser únicas.

Mas se eu fosse com Ricardo Rodrigues em uma viagem de negócios, Carlos Rodrigues...

"Presidente Rodrigues, você sabe que não é muito conveniente para mim agora."

Ricardo Rodrigues assentiu, não surpreso com minha recusa.

"Vou te levar para casa, é caminho."

Não recusei, o cheiro de gasolina no carro me incomodava.

Logo após passarmos um semáforo, aquele familiar e desagradável sentimento de náusea voltou, e eu, meio desajeitada, abaixei o vidro do carro.

Segurando minha boca, tentando não me descompor.

Ricardo Rodrigues estacionou o carro à beira da estrada, gentilmente me apontando.

"Larissa Lage, ali tem uma lixeira."

Mal tive tempo de agradecer antes de sair correndo do carro.