O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 67

Eu não esperava que o enjoo matinal fosse tão intenso; houve um momento em que até minha visão ficou turva.

Foi quando percebi um par de mãos à minha frente. Ricardo Rodrigues me ofereceu uma garrafa de água.

Seu olhar carregava uma mistura de preocupação e compaixão.

"Beba um pouco, vai te fazer bem."

"Obrigada."

Devido ao forte enjoo, minha voz estava rouca e minhas pernas tremiam involuntariamente.

Apesar de ser uma curta distância, eu suava frio.

Somente após entrar no carro, comecei a me sentir um pouco melhor.

"Desculpe, te causei problemas."

"Larissa Lage, você ainda não contou para ele sobre a gravidez?"

Ricardo Rodrigues me olhou pelo retrovisor, seus olhos escuros refletiam preocupação.

Por algum motivo, eu hesitava em olhar nos olhos dele.

"Ainda não encontrei o momento certo."

"É um filho de vocês dois, você deveria contar a ele."

Houve um breve silêncio antes de ele continuar dirigindo.

Encostada à janela do carro, observava a paisagem mudar, perdida em pensamentos.

Ricardo Rodrigues estacionou o carro na entrada do meu prédio e se ofereceu:

"Deixa que eu te acompanho até em casa."

Não quis ser orgulhosa e aceitei. Quando estávamos quase chegando, avistei duas figuras familiares lá embaixo.

Eram Carlos Rodrigues e Marta Cavalcanti.

Não sei o que Marta Cavalcanti lhe disse, mas de repente ela se lançou nos braços de Carlos.

Ele a olhava indiferentemente, sem fazer qualquer movimento para afastá-la.

Eu me sentia uma estranha vendo tudo aquilo.

Parecia que ter ou não um filho, nada impediria Marta Cavalcanti de procurar Carlos.

Quando um homem decide não afastar outra mulher, o significado por trás disso é claro.

"Larissa Lage," ele de repente falou, e eu o olhei confusa: "Eu estava pensando em passear pela cidade universitária, você gostaria de vir comigo?"

"Claro."

Eu sabia que ele estava tentando me confortar.

E eu realmente agradecia sua gentileza.

Ser testemunha repetidas vezes das dificuldades no meu casamento já tinha me esgotado de fingir.

A cidade universitária não ficava longe do nosso prédio, e desde que nos formamos, nunca havíamos retornado.

O local era aberto, e entramos facilmente.

Ele me levou ao campo de esportes, tirou seu paletó caríssimo e o colocou no chão.

"Senta aqui."

Era um casaco feito à mão, valendo uma fortuna.

Percebendo minha hesitação, ele disse:

"Você está grávida, não pode pegar frio."