O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 68

"Se você se sente culpado, só precisa ganhar mais dinheiro por mim."

O homem quase imperceptivelmente curvou seus olhos e sobrancelhas.

Eu me sentei, baixando os olhos.

A uma certa distância, alguns rapazes estavam jogando basquete, o ar estava carregado de um espírito jovem.

E havia algumas garotas do outro lado da quadra, cobrindo suas bocas e gritando agudamente.

Eu também já fiz parte disso.

Os sentimentos durante os anos de escola eram puros e belos, não misturados com nada mais.

Este lugar carrega muitas memórias minhas e de Carlos Rodrigues. No ano em que nos casamos, ele me disse que, depois de começar a ganhar dinheiro, traria a mim e aos nossos filhos aqui.

Mas depois, ele ficou tão ocupado que nunca mais mencionou isso.

E eu, dando voltas e mais voltas, acabei voltando à escola, só que desta vez ele não estava ao meu lado.

Como foi que os amantes se perderam um do outro?

Eu abracei meus braços, deixando as lágrimas caírem sem poder me controlar.

Eu realmente não queria chorar, mas minhas lágrimas pareciam estar fora de controle.

E Ricardo Rodrigues permaneceu em silêncio, sentado nos degraus, esticando preguiçosamente uma perna, olhando para longe.

Não sei quanto tempo passou antes que ele finalmente falasse.

"Já chorou o suficiente?"

"Você disse antes que me levaria para uma inspeção, mas eu mudei de ideia, posso?"

Por ter chorado, minha voz estava carregada de um som nasal forte.

Eu pensei que minha aparência deve estar horrível agora, com os olhos vermelhos, o nariz também, e a maquiagem borrada.

"Pode."

"Você também acha que eu sou patética, me agarrando a um casamento que só existe no nome?"

Talvez por ele ser a única pessoa ao meu lado, inconscientemente, eu queria desabafar mais, ou talvez fosse o efeito dos hormônios da gravidez.

Ricardo Rodrigues me olhou, seus olhos se moveram ligeiramente. Sua voz clara era tão refrescante quanto o vento da noite.

"Larissa Lage, você é digna de pena?"

Essa pergunta me deixou sem palavras. Eu desviei o rosto, sentindo meus olhos secarem.

Mas agora, ele estava me confortando.

Talvez por ter chorado, eu também me senti mais calma.

"Eu só não consegui controlar meus sentimentos por um momento, Ricardo Rodrigues, obrigada."

Eu lhe dei um sorriso.

"De qualquer forma, desta vez, eu não vou desistir dos meus sonhos por ninguém."

"Eu preciso ir agora."

Eu me levantei, e Ricardo Rodrigues se levantou também, olhando para mim com um olhar que eu mal percebia ser diferente.

"Vamos, eu te levo para casa."

Caminhamos lado a lado para fora da quadra de basquete.

"Cuidado, sai da frente..."

Não muito longe, alguns estudantes gritavam.

Uma bola de basquete vindo de não sei onde estava voando diretamente para minha cabeça, a velocidade era tão rápida que eu não conseguia desviar, só pude abraçar minha cabeça...