O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 77

"Você não me ofendeu, mas estragou o plano da nossa senhora. Pobre garota, acredito que, mesmo indo para o inferno, Deus irá protegê-la."

O homem soprou o cano do seu revólver e, lentamente, puxou o gatilho.

Um estrondo ensurdecedor ecoou perto do meu ouvido.

Não pude evitar de soltar um grito, fechando os olhos com força.

Eu estava prestes a morrer?

Nunca imaginei que morreria em um país estrangeiro, pelas mãos de um desconhecido.

Naquele momento, senti como se não conseguisse ouvir nada, tudo ao meu redor parecia tão distante.

"Menina, você é bem corajosa, nem chorou."

A voz áspera do homem ressoou perto do meu ouvido, como um sussurro ameaçador.

Foi então que, com uma determinação hesitante, reuni coragem para abrir os olhos e percebi, aliviada, que a arma não estava apontada diretamente para mim.

Ele só estava me intimidando.

"Fique tranquila, senhora. Sua irritação é compreensível; você estragou os planos dela, e eu só fui mandado para te dar um susto."

"E, de quebra, te dar uma lição para não se meter onde não é chamada."

Ele, não sei de onde, tirou um cinto e o balançou contra mim com força.

O clima no País F é insuportavelmente quente, e eu estava vestindo apenas uma camisa fina.

Com a chibatada, senti uma dor ardente na pele.

O homem, visivelmente satisfeito, continuou a me golpeá-lo repetidamente; eu lutava contra o impulso de gritar.

Cada parte do meu corpo doía intensamente, nem sabia se estava sangrando, sentindo-me pegajosa.

O tormento estava apenas começando, uma tortura lenta e calculada.

Ele, então, jogou salmoura diretamente nas minhas feridas.

A salmoura penetrando nos cortes era como milhares de agulhas se cravando na minha pele, um sofrimento inimaginável.

"Fique tranquila, se você aguentar três dias, eu te deixo ir."

Meus dentes estavam batendo de tremor.

Mas eu não podia desmaiar.

"Larissa Lage..."

A voz do homem soou novamente perto do meu ouvido, minha consciência gradualmente retornou.

Não, ele não é Carlos Rodrigues.

Carlos Rodrigues se apaixonou por outra, eu não o quero mais.

Ele sequer sabe que vim para o País F.

Reuni todas as minhas forças para abrir os olhos, só então pude ver claramente o homem à minha frente.

Ricardo Rodrigues estava agachado diante de mim, com vários seguranças atrás dele.

Ao ver que eu tinha recuperado a consciência, ele suspirou aliviado.

"Vamos, eu vou te tirar daqui."

Por algum motivo, minhas lágrimas começaram a cair descontroladamente.

No começo, era apenas um soluço baixo, que se transformou em um pranto convulsivo.

Em terra estrangeira, ele era a única pessoa que eu conhecia.