O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 91

Na manhã seguinte, minha pálpebra direita não parava de tremer.

Guerrero, para não perder minha coletiva de imprensa, pegou um voo durante a noite e chegou cedo, especialmente para me buscar em casa. Ela disse que iria cuidar do meu visual porque, em um momento tão importante, a roupa tinha que ser escolhida por ela.

Eu aceitei de bom grado. Por volta das sete da manhã, ela já estava em minha casa e até trouxe um vestido de presente.

Quando abri o pacote e vi aquele vestido azul com vários brilhantes, fiquei deslumbrada.

"Isso é lindo demais, não é?"

"O que você acha? Foi escolhido especialmente para você."

Guerrero estava radiante, quase transbordando de entusiasmo.

"Vá trocar agora, tenho certeza de que hoje você será o centro das atenções."

"Claro."

Após me trocar, dei uma volta completa diante do espelho.

O vestido, com suas camadas flutuantes, era deslumbrante no reflexo. Naquele momento, fui tomada pela ilusão de ser uma princesa.

Guerrero trouxe suas próprias ferramentas e fez minha maquiagem; até cuidou do meu cabelo, que sempre tendia a ser um pouco ondulado, adicionando-lhe um leve cacho.

A habilidade dela em maquiar não devia em nada a um profissional.

Quando finalmente terminamos, já passava das dez, e Eduardo Pereira estava me pressionando para chegar logo ao local da coletiva.

A coletiva começaria em meia hora.

O lugar onde eu morava não era distante do local do evento, e o caminho estava livre de obstáculos.

Guerrero e eu não estávamos com pressa. Ela me olhou e assobiou.

"Querida, você está maravilhosa hoje, eu até te pediria em casamento."

"Isso está fora de questão, eu sou muito preciosa."

Brincávamos como nos tempos de estudante.

Mas minha pálpebra continuava a tremer, e uma inquietação inexplicável se apoderava de mim, como se algo estivesse prestes a acontecer.

"Guerrero, não sei por que, mas tenho um mau pressentimento sobre hoje. Você acha que é sobre a coletiva?"

Guerrero cuspiu três vezes, como se o gesto afastasse a má sorte. ”Querida, isso é coisa da sua cabeça; você está muito sensível.”

"Está na hora," respondi, sentindo uma premonição estranha, com a garganta seca. "Vamos para o local da coletiva."

"Não vai ter coletiva."

Conheço Eduardo Pereira há tanto tempo que ele sabe ler até meus menores gestos.

Ele segurou meus ombros com um tom sombrio na voz.

"Desculpe, Larissa."

Parecia que alguém havia me golpeado na nuca com um martelo. Primeiro veio o formigamento, depois, uma dor insuportável.

Levei alguns minutos para me recuperar, para sentir meu corpo novamente.

"Eduardo," tentei manter o sorriso, "pode me dizer o que aconteceu?"

"A ValoEterni lançou uma nova coleção antes de nós, e os designs são idênticos aos seus."

Mesmo com Eduardo bem na minha frente, senti como se ele estivesse longe.

"Larissa, você está bem?"