O Amor Perdido romance Capítulo 102

No limitado espaço da sala de detenção.

Depois que Dorothy se atracou com Rosalie, seu humor estava ótimo. Agora, ela estava no banheiro. Com uma das mãos escovou os dentes, enquanto isso a mão livre afagava a barriga de quatro meses. Ela sorriu e cantarolou uma suave canção de ninar.

Ela suportou seu ressentimento por tantos anos, e extravasou tudo, foi uma noite memorável. A sensação era incrível e mais saborosa do que a comida mais deliciosa.

Toda vez que Rosalie reclamava de algo, ela agia como a vítima da situação e procurava Credence. Logo, Dorothy já esperava que ele fosse vê-la, mais cedo ou mais tarde Credence apareceria em busca de justiça para Rosalie.

Aquele homem fora seu marido por quatro anos, mas ele cuidava de Rosalie com mais atenção do que algum dia ele teve com Dorothy.

O espelho oval acima da pia refletia perfeitamente o rostinho pálido de Dorothy.

Dorothy fitou os próprios olhos refletidos no espelho. Eles pareciam tranquilos, como as águas paradas de um lago. Não dava para saber o que se passava em seu interior.

Com o passar dos anos, ela acabou se acostumando com a afeição incondicional de Credence por Rosalie. Contudo, sempre que Dorothy se recordava deste fato, que como esposa era menosprezada, em relação a outras mulheres. O sentimento de rejeição era dilacerador.

Se ao menos Credence tivesse sido mais caloroso e receptivo, ela não teria dito que a criança crescendo em seu ventre é de Juelz.

No fim, Credence a decepcionou muito, ao ponto de seu coração estar completamente vazio de esperança.

Do lado de fora da sala de detenção, a porta de ferro rangeu, interrompendo os pensamentos melancólicos de Dorothy.

Ela levantou a cabeça, voltando a se olhar no espelho.  Só então ela percebeu que seu rosto fora coberto pelas lágrimas.

Já era tarde, então só poderia ser Credence.

Ele não apareceu para visitá-la por quase um mês. Mas, por causa de Rosalie ele estava disposto a ir até a delegacia no meio da noite. Ele devia sentir muito por Rosalie.

Dorothy se acalmou e pegou uma toalha limpa para enxugar as lágrimas do rosto. Então, ela se virou e saiu calmamente.

Quando percebeu que o homem bonito parado na soleira da porta não era Credensce, mas sim Benjamin, perguntou educadamente: “Já está muito tarde. É alguma coisa sobre o Sr. Scott?”

Benjamin examinou a calma e elegante Dorothy. Embora o lugar em que ela estivesse não fosse dos melhores, ela ainda mantinha sua aparência bonita e charmosa. De repente, um impulso de não entregar os papéis do divórcio, tomou conta dele.

"Sra. Scott, não é nada importante. O Sr. Scott me pediu para vir visitá-la."

Dorothy olhou para o pequeno despertador colocado ao lado de sua cama. Eram quase dez e quarenta da noite. Por que Credence pediria a Benjamin para ir vê-la na delegacia àquela hora?

Além disso, quando ele disse que estava apenas de visita, ela notou que Benjamin viera de mãos vazias, sem trazer nada.

A falta de educação, do assistente esperto, não condizia com quem ela conhecia.

Dorothy não fez troça dele, conteve-se com um sorriso e disse em tom tênue: “Benjamin, eu estava indo me deitar. Se você tem algo importante para dizer, diga.”

Quando Benjamin ouviu isso, ele compreendeu que Dorothy deve ter notado sua desculpa. Ele admirava sua franqueza, mas também sentia vergonha pelo que faria a seguir.

No fundo, Benjamin se sentia cúmplice de Credence, ao intimidar uma mulher frágil.

Benjamin abriu a pasta e tirou os papéis do divórcio. Ele os entregou para Dorothy, parecendo inquieto. Então explicou: “Sra. Scott, vim até aqui para te dar isso. O Sr. Scott foi quem me pediu para vir entregar pessoalmente.”

Dorothy abaixou os olhos e viu o documento de divórcio nas mãos de Benjamin. Subitamente uma dor aguda trespassou seu coração.

Embora ela já tivesse assinado o acordo de divórcio e visto a notícia de que Credence e Rosalie iriam se casar. Mas, aquelas palavras difíceis de engolir e as imagens deslumbrantes do casal, não eram nada perto do choque de ter a certidão de divórcio diante de si.

Ela estendeu a mão lentamente e recebeu o documento, com calma. Em seguida, Dorothy agarrou-o com força, a palma de sua mão macia e delicada ficou vermelha, com a força do aperto.

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