O Amor Perdido romance Capítulo 110

"Você ainda ama o Credence?"

A pergunta de Juelz fez Dorothy ficar em silêncio por muito tempo.

Aquele homem a resgatou de um dos momentos mais desesperadores de sua vida. Foi amor à primeira vista, por dez anos ela o amou em segredo. Como ela poderia deixar de amá-lo de uma hora para a outra?

Contudo, ao olhar para Juelz, que esperava ansiosamente por uma resposta, Dorothy abriu um sorriso: “Juelz, Credence e eu estamos oficialmente divorciados. De agora em diante, não temos mais nada um com o outro. Faz alguma diferença se eu ainda o amo ou não?”

“Credence não me ama, então ele nunca vai ser capaz de amar a criança em meu ventre. Não posso mais ficar com ele, se eu quiser que meu filho cresça em paz.”

“Você sabe como me sinto. Nunca tive o carinho de minha família, desde a infância. Então, quero muito poder ter uma casa que seja um lar. Não quero que meu filho sinta a mesma aspereza com a qual fui tratada a vida toda, ter uma vida tomada pela indiferença.”

Quando havia amor, também havia o ódio e ainda mais dor.

Ela não suportava a dor de arrancar um espinho encravado na palma de sua mão, quem dirá arrancar Credence de seu coração. Como ela poderia fazer isso de maneira indolor?

No entanto, por mais doloroso que fosse, os dias ainda continuariam a passar, e ela só podia olhar para frente.

Seu filho era sua única esperança!

Juelz percebeu como Dorothy parecia magoada e, mesmo assim, ainda fingia ser forte. Uma dor profunda atingiu seu coração, como se tivesse levado um soco no peito.

Dorothy era frágil e resiliente ao mesmo tempo, o que o fazia querer abraçá-la com força, para confortá-la. Ele não queria que ela se sentisse desamparada e solitária.

“Dory, eu sei que você sempre me considerou como um irmão. Eu nunca vou ocupar o mesmo lugar que Credence em seu coração, mas o que estou tentando dizer é que, se você quer viver uma vida confortável, esqueça Credence de uma vez, entendeu?”

"Ele só lhe causou dor e sofrimento. Até quase te matou."

Incapaz de se acalmar, Juelz continuou: “Se algum dia você voltar para ele e continuar infeliz, eu largo tudo. Quer você goste ou não, ficarei ao seu lado. Até o dia de minha morte, vou proteger vocês dois, você e o bebê. Enquanto eu viver, sempre irei protegê-la.”

Diante das palavras sinceras de Juelz, Dorothy ficou sem saber o que dizer. Ela só conseguiu fazer um leve aceno com a cabeça, em silêncio.

......

Enquanto isso, Marvin, que estava bem distante, em um hospital em Monticello, fazia uma pausa da vigia, com os olhos fechados e em uma cadeira de descanso. De repente, suas pálpebras se contraíram.

Agentes das forças especiais era tão astutas quanto lobos, e rapidamente ele despertou. Seus olhos escuros e afiados esquadrinhavam a porta da sala de emergência, com um brilho intenso no olhar.

Dos quatro gangsters, apenas um havia sobrevivido. A bala alojada no corpo dele estava a dois centímetros do coração. Ele teve sorte de escapara da morte e, no momento, estava no centro cirúrgico para remover o projetil.

Os olhos penetrantes de Marvin fixaram-se nos movimentos do corredor. A sensação era de que tudo estava pacífico demais, como a calmaria que antecede a tempestade.

A noite seria conturbada.

Ele abaixou a cabeça e olhou para o relógio. Eram quase sete e meia da noite.

Talco City e Montticello tinham cerca de 14 horas de diferença. Em Talco City, deveria ser por volta das nove e meia da manhã.

De acordo com os hábitos costumeiros de Credence, ele já deveria ter chegado ao escritório da presidência do Grupo Scott, pronto para tratar de seus negócios.

Marvin refletiu por um instante, então pegou o celular do bolso, caminhou até o corredor e fez uma rápida ligação. Ele disse: “Credence, sou eu! O cara ainda não foi liberado da cirurgia, já tem quase três horas e ainda não terminou. Há algum progresso por aí?”

Do outro lado da ligação, Credence disse algo, que fez Marvin balançar a cabeça repetidas vezes até responder: “Tudo bem, então vamos pôr em prática o plano que você mencionou.”

Ao desligar a ligação, o rosto de Marvin era inexpressivo e rígido.

Ele tinha um físico forte, por causa dos treinos, exibindo uma expressão séria no rosto. Ele parecia muito severo e forte, porém isso fazia as pessoas se sentirem seguras facilmente.

Os olhos de Marvin percorreram o corredor vazio. Seu olhar penetrante parecia casual, mas ele examinou minuciosamente cada centímetro do corredor.

Ele não sabia quem era o cérebro. Ele e Credence trabalharam juntos por quase um mês, mas ainda não conseguiram encontrar uma pista. Ele estava realmente irritado.

Mas, quanto mais cabeludo o mistério, mais Marvin se interessava por ele.

No jogo de gato e rato, a parte mais interessante não é adivinhar de qual buraco o rato vai sair?

Ele ergueu a mão e apertou o ponto entre as sobrancelhas, exausto. Seus dedos, após tantos meses de treinamento, começaram a criar uma camada de pele morta. Suas mãos eram ásperas, mas fortes.

Sentindo o inchaço em seu abdômen, Marvin virou a cabeça e viu uma enfermeira empurrando um carrinho. Ele perguntou em uma voz baixa e poderosa, "Onde é o banheiro?"

A voz profunda e encantadora atraiu a enfermeira. Ela desviou os olhos dos frascos no carrinho para o rosto de Marvin. Quando ela o viu e se deparou com sua expressão séria, ela corou. A enfermeira apontou para trás, “Não é longe. É só... ali no final do corredor.”"

"Obrigado."

Imediatamente Marvin foi na direção que a enfermeira lhe indicara. Ele imaginou que, por ser rápido não demoraria mais do que três minutos. A sala de emergências não apresentava nenhuma movimentação suspeita, então não haveria grandes incidentes a vista.

Depois de entrar no banheiro e fazer o que tinha de fazer, Marvin fechou os olhos e suspirou aliviado. Porém, assim que fechou o zíper da calça, seus ouvidos aguçados captaram o som de dois tiros abafados.

Os tiros foram curtos e suaves. A arma estava equipada com silenciador.

Alguém estava cometendo um assassinato?!

Marvin reagiu rapidamente e saiu correndo do banheiro em direção ao pronto-socorro.

Mas, ele não chegou a tempo.

Dois homens corpulentos vestidos de preto saíram da sala de emergência.

Eles usavam óculos de sol, que cobriam a maior parte do rosto. Cada um deles também segurava uma pistola equipadas com silenciador. Então, eles correram em direção à Marvin, que correra para o local depois de ouvir o barulho. Um deles ergueu a arma e a apontou para o peito de Marvin. Com um clique nítido, ele se virou e saltou pela janela do segundo andar, a qual já estava aberta. Ele caiu na grama macia e desapareceu, sem deixar vestígios.

Suas habilidades atléticas não eram inferiores às de Marvin.

"M*rda!" Marvin praguejou.

Sem hesitar, Marvin correu para a sala de emergência. Vários médicos de cabelos loiros e olhos azuis, de Monticello, estavam tão assustados que ele os encontrou encolhidos no chão.

O odor de sangue pairava no ar. O bandido deitado na mesa de cirurgia tinha duas perfurações causadas por dois tiros, ele sangrava muito. Apesar disso ele tossia e lutava, engasgando-se, e até mesmo Deus não poderia mais salvá-lo.

Marvin se aproximou e colocou dois dedos na artéria principal do pescoço. Ele sentiu os batimentos cardíaco do bandido ficarem cada vez mais lentos. O seu rosto era frio como gelo e os lábios franzidos. Marvin falava fluentemente a língua dos médicos: “Ele está morrendo. Não podemos nos dar ao luxo de perdê-lo.”

Droga, aqueles homens haviam esperado pela oportunidade perfeita, para matar o último gangster, toda ação ocorreu em dois ou três minutos. Poucas pessoas seriam capazes de elaborar um plano audacioso como aquele!

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