Ao ouvir aquilo, o coração de Rosalie se apertou de medo.
O que ela mais queria era que Dorothy morresse, para que ela fosse a nova Sra. Scott. Mas agora que a outra estava lutando pela vida na mesa de cirurgia, o comportamento de Credence era diferente do que ela esperava. Pela reação dele, parecia que ele a culparia...
Aquilo não podia acontecer.
Ela não podia ficar de braços cruzados esperando sua ruína.
Um pensamento malicioso lhe ocorreu. Rosalie instruiu o médico: "Depressa, dê-me uma injeção de anestésico! Faça uns pontos no meu abdômen. Diga a ele que a cirurgia foi bem-sucedida, mas que ainda não passou o efeito da anestesia."
Então, Rosalie se deitou na cama do hospital e fechou os olhos, ansiosa.
Qualquer detalhe que fizesse Credence suspeitar de algo tinha que ser tratado com cuidado.
"Sim, Srta. Rosalie."
O médico tinha sido subornado pela família Fisher. No entanto, só de pensar em enfrentar Credence, a quem todos em Talco temiam, ele estremeceu. Seguiu as instruções de Rosalie, já que não podia perder mais tempo.
Credence finalmente chegou ao quarto de Rosalie. Quando ia abrir a porta, seu celular tocou.
Pegou-o no bolso da calça e apertou o botão de atender. Do outro lado o médico-chefe estava em pânico: "Sr. Scott, o estado do Sr. Sherman piorou de uma hora para a outra. Precisamos operá-lo imediatamente. Você acha..."
"Faça o que quiser. Contanto que ele não esteja morto, está tudo bem."
O médico-chefe ficou pasmo com a indiferença de Credence.
Permaneceu em silêncio por um bom tempo.
Juelz não morreria, mas decerto sofreria muito.
O médico temia pelo que sobreviria a Juelz.
Credence desligou o telefone, fechou os olhos e estendeu a mão para a maçaneta. Entrou na sala de observação, com uma expressão feroz.
O estrondo da porta assustou Rosalie, que tremia e piscava inquieta. Por dentro, xingava o médico por ser tão lerdo. Ainda não tinha recebido a injeção de anestésico.
O médico estava tão desesperado que empalideceu. Ao lado da cama, ele se virou para olhar para Credence, que caminhava devagar em sua direção, furioso.
Credence olhou para Rosalie, imóvel sobre a cama. Ele perguntou ao médico, suprimindo sua raiva: "Quanto tempo até ela acordar?"
O médico ficou trêmulo e respondeu, nervoso: "A Srta. Rosalie acabou de fazer um transplante de rim. O efeito do anestésico ainda não passou. Isso provavelmente leva cerca de... meia hora."
Meia hora?
Tempo demais.
Credence franziu as sobrancelhas. Ordenou de maneira incisiva: "Dê um jeito de acordá-la o quanto antes!"
Credence ainda não conseguia entender por que seu coração doía e porque ficou tão confuso quando viu Dorothy morrendo na mesa de cirurgia.
Baixou o olhar para as costas da sua mão direita. O sangue ainda escorria da ferida. Bateu o punho com força contra a parede, o que fez a porta da sala de observação chacoalhar.
Ele chegou a pensar que ficaria feliz em ver a mulher que amava se recuperar completamente.
Também pensou que ficaria aliviado se a mulher que ele desprezava morresse. Entretanto, não foi o caso.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Amor Perdido
Bom dia, haverá atualização desse livro?...