O Amor Perdido romance Capítulo 73

Dorothy chegou na hora errada, pois era a estação das chuvas em Palm City.

Depois de alguns dias consecutivos de chuva, o clima esfriou. O céu noturno de toda a cidade parecia estar envolto em uma densa névoa gelada.

Dorothy esqueceu de vestir um casaco antes de sair. O que a fez espirrar ao longo do caminho por causa do frio.

De repente, ela teve a sensação de estar sendo seguida. Seu coração deu um salto e ela pensou fingir fazer compras em uma loja de roupas femininas. Mas, alguém inesperadamente puxou a bolsa preta que ela carregava no ombro.

Dorothy rapidamente virou a cabeça. Um homem alto, magro e obsceno de meia-idade estava cortando uma das alças de sua bolsa com uma faca. Ele então pegou a bolsa dela e correu para o outro lado da rua.

Havia poucas pessoas na rua, o que facilitou a fuga do homem, o qual corria com rapidez.

Não havia apenas sua carteira de identidade, cartão do banco e outros documentos importantes em sua bolsa, mas também todo o dinheiro que ela tinha.

Ela estava tão ansiosa, ao ponto de seus olhos ficarem vermelhos. Foi neste instante que ela decidiu perseguir o assaltante, e gritava com a voz rouca: “Pare de correr! Assalto! Ladrão!”

Alguns lojistas até saíram para ver o que estava acontecendo. Mas, eles apenas ficaram parados na entrada de suas lojas em silêncio, ninguém ofereceu ajuda a Dorothy.

Dorothy estava atordoada, ela mordeu o lábio inferior com força, até quase sangrar. Usou todas as suas energias para perseguir o ladrão, pelas duas ruas principais. Sem medo, ela cruzou a ponte e continuou a correr pela estrada, contudo, ela usava sapatos de salto e acabou torcendo seu pé direito. Ela caiu na estrada fria e úmida.

Quando ela caiu, sua testa bateu em uma pedra irregular, perto da estrada. Uma dor aguda a invadiu sua cabeça, ela sentia-se tonta e não conseguia ver as coisas com clareza. Cerrou os dentes e tentou se levantar, apesar da dor. Com um baque surdo, um objeto preto veio da direção em que o ladrão seguia correndo, o objeto caiu do lado esquerdo de seu corpo.

Dorothy abriu os olhos vermelhos lacrimejantes para dar uma olhada. Parecia familiar. Era sua bolsa preta que fora roubada pelo ladrão!

Sob a luz fraca do poste, a figura do homem alto e magro miserável já havia desaparecido.

Ela não conseguiria mais alcançar aquele delinquente!

Dorothy olhou na direção em que o ladrão fugia com ódio, e levantou-se da estrada apressada. Ela então mancou por cerca de dois ou três metros e se abaixou para pegar sua bolsa com dificuldade. Verificou a bolsa e descobriu que todo o dinheiro havia sido levado pelo ladrão. Felizmente, seus documentos importantes ainda estavam na bolsa.

Ela olhou para o céu sombrio e suspirou. Além da dor na cabeça, ela podia sentir um aperto no coração.

Ela se virou e cambaleou de volta por onde veio. Ao passar por uma vitrine de padaria, ela pode ver seu reflexo, deplorável, no vidro.

Seu cabelo estava todo desgrenhado e o vestido azul, manchado com água suja da rua. Na palma de uma das mãos tinha um rasgo e seu pé direito estava bastante inchado, como se fosse um pãozinho. O corte na testa ainda sangrava e havia algumas manchas de sangue pelo rosto. A sua aparência combinava com a figura de uma mulher divorciada, que perdeu tudo.

Dorothy ficou um bom tempo observando sua fisionomia miserável refletida na vitrine. Então, inesperadamente, o canto de sua boca esboçou um sorriso amargo e irônico enfeitou seus lábios.

Passaram-se apenas alguns dias, desde que ela deixou Credence, e até o momento só vivia uma maré de azar. Ela era realmente um fracasso!

Depois de conseguir se acalmar, Dorothy arrastou-se com o corpo todo dolorido até uma farmácia. Ela comprou, com o cartão de débito, alguns cotonetes esterilizados e gaze. Sob a orientação de uma atendente da farmácia, ela se agachou no chão frio e de frente para um espelho limpo o ferimento da mão e a testa, em silêncio.

A atendente perguntou: “Senhorita, você precisa de um creme anti-inflamatório? As feridas vão cicatrizar mais rápido, se você desinfetar bem e passar o creme.”

"Não, obrigada."

Dorothy hesitou por um momento e então balançou a cabeça suavemente.

Ela examinou os medicamentos sem muita atenção. Uma caixa de creme anti-inflamatório custava mais de 30 dólares, e as com efeito mais rápido eram ainda mais caras. Não lhe restara muito dinheiro, portanto, seria melhor economizar.

Durante os quatro anos de casamento, Credence costumava aplicar-lhe o tratamento de silêncio, fazer vista grossa para sua preocupação e lisonja. Contudo, quando se tratava de dinheiro, ele era bastante generoso. Nunca deixou que nada faltasse, em termos materiais.

Se ela não fosse gananciosa por seu afeto, talvez ela se comportasse como uma boa esposa. A Sra. Scott poderia estar vivendo uma vida plena e luxuosa.

No entanto, ela nunca quis o dinheiro dele, mas sim o seu coração frio.

Se ela não pudesse ter seu coração, então por que ficar com o dinheiro dele?

Quando partiu, ela fez questão de deixar o cartão de crédito ilimitado, que ele lhe dera, na mesa de cabeceira do quarto. Eles não deviam nada um ao outro.

Enquanto limpava suas feridas, Dorothy silenciosamente deixou as lágrimas lavarem seu rosto. Apesar de magoada, ela não conseguia esquecer aquele homem de gelo, o qual tanto amava.

Ela pensou que se sentiria melhor depois de chorar.

Mas, foi o completo oposto, ela sentiu o aperto no peito ficar cada vez mais forte. Era como sei seu coração tivesse sido apunhalado e uma dor aguda se espalhava, conforme ela respirava. A dor quase a deixou sem fôlego.

“Credence... Credence, o que Rosalie tem que eu não tenho? Será que tenho algum problema? Por que você gosta dela e não de mim?

“É por causa de como sou ou da minha falta de jeito? Fiz algo que o deixou com raiva? Diga-me e vou mudar. Eu posso mudar. Apenas me diga!” Dorothy pensou consigo mesma.

A atendente de plantão, olhou fixamente para a jovem de rosto pálido agachada no chão, que chorava incontrolavelmente.

......

Credence cochilava no avião e estremeceu de repente. Abruptamente ele abriu os olhos, tingidos de sangue, e perguntou com a voz rouca: “Benjamin, quanto tempo até Palm City?"

Como assistente pessoal de Credence, Benjamin estava sentado perto dele. Folheava todos os tipos de documentos da empresa que carregava consigo e ao mesmo tempo prestava atenção em seu chefe.

Ao ouvir a pergunta de Credence, ele engoliu em seco. Consultou o relógio de pulso rapidamente e respondeu: “Ainda temos cerca de 25 minutos de viagem, Sr. Scott.”

“Credence, o que aconteceu? Sonhos ruins?”

Jonathan se levantou da poltrona ao lado, semicerrando os olhos sonolentos. Bocejou e foi até Credence e percebeu que ele suava frio. Vendo que estava prestes a se levantar, ele imediatamente puxou Marvin e correndo para segurar Credence. Quando sentiram sua pele quente, eles ficaram em pânico. 43.

“Droga, a febre voltou por causa da gastrite. Por que continua a se torturas dessa maneira? Está cansado de viver?”

Marvin o seguiu e disse: "Credence, ouça-o e cuide de si mesmo! Mesmo se quiser acabar com sua vida, você precisa sobreviver até chegar a Palm City e então morrer na frente de Dorothy."

Jonathan ficou sem palavras.

Um soldado das forças especiais que só sabia lutar podia ter a língua realmente afiada.

Benjamin também acenou com a cabeça, "Sr. Scott, se você está bem, a Sra. Scott também vai estar!"

"Eu conheço bem o meu próprio corpo. Não vou morrer, por enquanto!"

Credence semicerrou os olhos vermelhos de sangue, apertou a garganta dolorida e exclamou com a voz rouca: "Ela está chorando, em lágrimas. Eu posso vê-la, mas não consigo lhe oferecer qualquer ajuda. Vocês nunca vão entender esse sentimento de impotência.”

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