“Não exagere!”
Ele fitou com rispidez Juelz, que estava no chão se contorcendo de dor. Seu rosto permanecia inexpressivo. Agora, Credence segurava um cigarro entre os dedos longos. No meio da fumaça branca, ele desabotoou o casaco. Seus gestos eram elegantes e hipnóticos, pareciam ser capazes de capturar a alma de quem o observasse.
O olhar cortante de Credence pousou em Dorothy, aqueles olhos afiados eram o suficiente para assustar qualquer um.
Outros três homens tão altos e musculosos quanto Credence, o seguiram para dentro do quarto. Dorothy conhecia todos eles. O primeiro era Jonathan, o diretor do hospital da cidade e o segundo era Marvin, um soldado das forças especiais. Ambos eram amigos de longa data de Credence, eles seriam de arriscar a vida um pelo outro, desde a juventude.
O último era o assistente pessoal de Credence, cujo nome parecia ser Benjamin.
Houve um tempo em que Dorothy ficou obcecada em querer tratar a gastrite de Credence com uma terapia a base de dietas, há anos ele sofria com fortes dores abdominais. No entanto, ela sempre temeu que Credence recusasse comer, se soubesse que ela havia preparado. Assim, Dorothy instruía Benjamin a levar a sopa para Credence, como se fosse “embalada para viagem.”
De repente, a suíte estava repleta de gente. Dorothy ficou perdida no meio da confusão.
Assustada ela gritou: “Credence, o que você vai fazer?”
“Eu vou matá-lo!”
Credence lançou um olhar feroz para Marvin, como um sinal. Ao ver que Dorothy estava parada na frente Juelz, tentando defendê-lo. Credence deu uma tragada profunda e exalou a fumaça de sua garganta, a qual estava repleta de raiva!
Um arrepio percorreu o corpo de Jonathan ao ver o olhar miserável de Juelz. Ele tinha receio de que Credence, em sua fúria cega, realmente matasse Juelz. Então, ele se aproximou de Dorothy e sussurrou: “Credence está fora de si. Não discuta mais com ele. Do contrário, Juelz é quem vai pagar o preço!”
Assim que ele terminou de falar, Credence lhe lançou um olhar sombrio. Jonathan estava tão apavorado, que começou a suar frio.
Foi apavorante! Se Juelz não fosse seu amigo, Jonathan nem se importaria com ele.
Dorothy não sabia se deveria dar ouvidos a Jonathan. Ela estava paralisada e com uma expressão fechada. No entanto, antes que ela pudesse pensar no que faria a seguir, sentiu uma rajada fria.
Marvin abaixou-se repentinamente. Ele servia no exército há quase 20 anos. Ele esticou seus longos braços e puxou Juelz, sem muito esforço. Juelz virou-se e acertou um soco em Credence. Contudo, ele não era páreo contra a agilidade física de Credence. Logo, ele foi derrubado, mais uma vez, no chão sem esforço. Foi então que Marvin o arrastou para fora do quarto.
O gerente geral do hotel, seguido por um grupo de seguranças correu para o andar da suíte, assim que souberam do incidente.
Benjamin avançou para bloquear a passagem do gerente, que liderava os guardas. Ele retirou do bolso seu cartão de visitas e o entregou ao gerente. Eles se distanciaram do grupo para poderem conversar.
Dorothy pôde ouvir Juelz gemendo de novo. Ignorando o homem parado a sua frente, ela gritou e correu para fora da suíte em direção ao corredor, até alcançar Marvin.
Seu rosto solene era um pouco mais amigável do que o de Credence. Porém, Dorothy não esperava que ele fosse mais assustador, quando lutava. Cada soco acertou precisamente os órgãos internos de Juelz, sem deixar vestígios de sangue.
"Eu não bato em mulheres. Saia do meu caminho."
Para Marvin, a força exercida por Dorothy era insignificante, sendo um pouco mais forte que um mosquito, não iria conseguir feri-lo. Todavia, lembrando que ela era a esposa de Credence, ele continuou a se esquivar para não a machucar acidentalmente.
Ao ver Juelz rolando no chão e protegendo a cabeça com as mãos, Dorothy não teve alternativa a não ser ir até o homem calado, que fumava. Ela esbravejou com o rosto esquálido: “Credence! O que você quer? O que você quer?”
“Estou lhe avisando, Credence, não me obrigue! Se você espancar Juelz até a morte, eu juro que me atiro pela janela... Prefiro morrer do que voltar para Talco City com você!”
Credence a encarou de maneira inexpressiva. Ele franziu a testa refletindo um pouco. Então, seus dedos finos que seguravam o cigarro fizeram um gesto para Marvin.
Marvin entendeu o que ele queria dizer e imediatamente parou o que estava fazendo. Ele pegou Juelz e entrou no elevador, pronto para levá-lo ao hospital mais próximo, para cuidar de seus ferimentos.
Depois de receber tantos socos e chutes, Juelz teria que ficar internado por pelo menos um mês, até conseguir se recuperar totalmente.
Homem tolo. Com tantas mulheres bonitas em Talco City, por que ele tinha que justamente se envolver com a mulher de Credence? Não poderia escolher outra mulher? Ele subestimava a si mesmo!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Amor Perdido
Bom dia, haverá atualização desse livro?...