O Amor Perdido romance Capítulo 84

Na sala de conferências, Benjamin organizou todos os documentos da reunião. Assim que saiu da sala, ele viu Credence caminhando com sua pose implacável e com feições horrendas!

"O presidente do Grupo Fisher, Caleb Fisher, acabou de ligar para..."

Benjamin nem terminou a sua frase e Credence já o afastara para o lado. Então, Credence foi até o elevador.

Benjamin foi pego de surpresa. Mal conseguiu ficar de pé e cambaleou de volta até a porta da sala de conferências, antes de recuperar o equilíbrio.

Credence não atenderia a um telefonema, nem mesmo sendo o pai de Rosalie. Qual seria o assunto urgente desta vez?

Embora não soubesse o que havia acontecido, ele suspeitou que devia ser algo relacionado a Dorothy.

Quando Rosalie foi assediada por um bando de marginais, no estacionamento do subsolo, Credence permaneceu impassível.

Ele só foi visitá-la no hospital no primeiro dia. Depois disso, ele ficou ocupado com os negócios da empresa e não voltou a perguntar sobre saúde de Rosalie. Credence apenas ordenou que um assistente fosse ao hospital, todos os dias, para examiná-la e levar algumas frutas e suplementos refinados para ela consumir.

Talvez aqueles que só observam, como meros espectadores, consigam enxergar melhor a situação. Um pensamento esclarecedor passou pela mente de Benjamin. O verdadeiro amor de seu chefe, era na verdade a própria esposa, a qual na superfície ele parecia odiar tanto.

Benjamin entrou no escritório da secretária. Enquanto ele terminava de organizar os documentos para seus colegas, alguns funcionários vieram até ele, como quem não quer nada.

"Benjamin, o presidente vai procurar a esposa?"

"Porque você está me perguntando isso?" Benjamin respondeu.

"Agora mesmo, quando passei pelo presidente, ouvi-o falando sobre sua esposa."

“Isto é ótimo, não é? Significa que o presidente finalmente viu o que há de bom nela?”

“Na minha opinião, Rosalie não se compara a nenhum fio de cabelo da Sra. Dorothy. Hah, essa mulher é apenas uma vagabunda.”

“Já chega, todos vocês. Voltem ao trabalho. Os assuntos do presidente não são matéria de fofoca entre os funcionários.”

As palavras solenes de Benjamin acabaram com a fofoca de uma vez.

......

Quando o voo de Palm City chegou ao aeroporto de Talco City, eram quase 14h30.

No instante em que Dorothy partiu da cidade de ares tropicais para retornar à cidade sombria e chuvosa, seus sentimentos ficaram tão sombrios quanto o tempo. Ela não estava de bom humor.

Ao sair do Aeroporto, Dorothy empurrou a mala com uma das mãos e com a outra ligou para Juelz, queria avisar que chegara em segurança. “Juelz, acabei de sair do avião, em Talco City. Lembre-se de se cuidar. Não se preocupe comigo, vou estar bem. Não vou deixar qualquer coisa acontecer nem comigo, nem com a criança no meu ventre.”

Dorothy abaixou a cabeça e olhou para sua barriga lisa com ternura estampada em seu rosto.

Do outro lado, Juelz estava deitado na cama do hospital, aliviado por receber a ligação de Dorothy. Ele arqueou as sobrancelhas. O poço de ansiedade em seu estômago transformou-se em uma profunda preocupação e cuidado. Ele disse: “Dory, é melhor você tomar cuidado. Se notar algo de errado, fuja imediatamente. Sem olhar para trás.”

“Antigamente, minha estratégia para escapar da mulheres que se jogavam aos meus pés, era bater em retirada. Estou lhe dizendo, esta é minha arma secreta para salvar minha própria pele. Geralmente não compartilho isso com outras pessoas. Portanto, lembre-se deste conselho, Dory.”

"Sim, sim. Pare de se preocupar tanto, mamãe coruja."

“Dory, está me despachando por me preocupar com você? Ou você me odeia agora? Oh, meu coração frágil...”

Antes de Juelz terminar de choramingar, uma figura de pernas compridas abriu repentinamente a porta do quarto. Jonathan entrou, como quem não quer nada. Ele tirou as mãos dos bolsos da calça, examinando o paciente indefeso e enrolado em faixas. Jonathan sorriu diante daquela cena, “Ei, Juelz, o playboyzinho número um de Talco City. Vamos, me dê seu celular. Se você trabalhar comigo, eu prometo que não vou espancá-lo de novo!”

No hospital, Jonathan seguiu todas as ordens de Credence.

Se Juelz ainda estivesse no hospital, Jonathan deveria obter o máximo de informações possíveis. Mas caso Juelz resolvesse não colaborar, a conversa seria de outra maneira.

Jonathan aproveitou que Juelz se distraíra por um momento e arrancou o celular de suas mãos a força.

No instante em que Juelz viu Jonathan, teve a sensação de que teria problemas. Ele estava prestes a desligar, mas não contava com a agilidade de Jonathan. Uma rajada de vento passou por ele e, de repente, Juelz já não estava mais em posse de seu celular.

Juelz ficou furioso. Ele cerrou os punhos e esmurrou a cama, xingando: "Droga, Jonathan, o que você quer? Já se esqueceu dos tempos maravilhosos em que bebíamos, pegávamos garotas e nos divertíamos juntos? Você realmente roubou meu celular. Quem você pensa que é?"

Apesar dos gritos ensurdecedores de Juelz, Jonathan não lhe deu atenção. Ele voltou seu olhar para as palavras “Querida Dory” na tela e encarou Juelz com olhos inquisitivos. E então o repreendeu: “Como ousa pensar em tocar na mulher de Credence? Você é um imbecil? Um conselho para você Juelz, cuide da sua vida e fique longe de Dorothy!”

“Droga, Jonathan, devolva meu celular! E se eu quiser ficar com Dory, o que isso tem a ver com você? Se Credence realmente se importasse com ela, a amasse e protegesse, eu não precisaria fazê-la se sentir feliz!”

Os olhos de Juelz faiscaram de raiva: “Mas ele ama a Dory? Alguma vez ele a tratou como sua esposa?”

Jonathan conseguiu o que queria. Não tinha tempo para debater os casos de Credence. Então virou-se e saiu, colocando o celular de Juelz na orelha, e começou a conversar com a Dorothy ansiosa e aflita.

"Sim, sou eu. Juelz e eu somos companheiros de bar de longa data. Claro, não vou fazer nada com ele. Relaxe. Contanto que você ligue para Credence e diga onde você está. Quando chegar em casa, eu prometo que Juelz estará são e salvo.”

Enquanto isso, Dorothy estava no banco traseiro de um táxi e indo em direção ao centro de Talco City. Do outro lado da ligação, ela pode ouvir toda a briga entre Jonathan e Juelz. Ela notou o tom aparentemente educado de Jonathan, mas que continha uma pitada de ameaça. Dorothy massageou as têmporas e riu nervosa. Embora seu olhar fosse frio e desapontado, as lágrimas retornaram a inundar seus olhos.

“Sr. Stanton, neste exato momento estou no aeroporto de Talco City. Para ser mais precisa, indo me encontrar com Credence e Rosalie. Não tem necessidade você informar Credence sobre o meu paradeiro. Em breve eu estarei com ele, posso pessoalmente falar como me sinto. Também vou dizer a ele que nunca mais ponho os pés naquela casa.”

Depois disso, Dorothy encerrou a ligação rapidamente, sem dar a Jonathan a chance de falar.

Depois de uma hora, sob o brilho deslumbrante das luzes neon, Dorothy entrou no bar e deixou sua bagagem na recepção do primeiro andar. Ela não utilizou o elevador. Ao invés disso, ela decidiu que iria subir as escadas, assim como fez naquela noite, dez anos atrás.

Dez anos atrás, quando ela tinha dezesseis anos, ela correu por aquelas escadas com uma alegria colegial. Sonhava acordada sobre qual seria a surpresa preparada por seu pai adotivo, Caleb. Mas, quando ela abriu a porta e entrou, ela foi tomada pelo choque e pânico. Um grupo de homens barrigudos de meia-idade estavam a sua espera. Porém, nenhum sinal de seu pai.

Na verdade, o presente surpresa que seu pai lhe dera eram aqueles homens asquerosos.

Então, que tipo de surpresa Credence e Rosalie prepararam para ela desta vez?

Dorothy apertou sua bolsa e sorriu friamente.

Caminhou por cerca de quinze minutos, ela parou na porta de uma sala privativa, no final do corredor do último andar. Após algum tempo de reflexão, ela cerrou os dentes e abriu a porta primorosamente entalhada.

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