O Amor Perdido romance Capítulo 94

“Quem você pensa que é, Credence? Você atraiu Dory para Talco City apenas para mandá-la para a prisão? Seu filho da mãe, hoje eu vou te espancar até a morte!”

Sem esperar que o vidro terminasse de se espatifar, Juelz enfiou a mão pela janela traseira e deu um soco no rosto de Credence. Ele estava tomado por tristeza e indignação, parecia uma besta sanguinária fora de controle.

Ele tinha acabado de sair da cirurgia quando escutou a discussão acalorada entre as enfermeiras e os médicos, todos estavam comentando sobre as últimas notícias. Ele os observou com curiosidade e ficou chocado ao ver o vídeo de Dorothy empurrando a irmã. Ele ignorou o fato de que ainda estava fraco e pegou o primeiro voo para Talco City.

Assim que saiu do avião, descobriu que Dorothy havia sido levada pela polícia. Juelz só conseguia pensar em: encontrar o maldito do Credence e lutar com ele até a morte.

Dory era uma mulher tão doce e maravilhosa, era impossível acreditar que tinha matado Rosalie. Tudo isto deveria fazer parte do plano daquela megera ardilosa.

Se ele soubesse que as coisas acabariam assim, nunca a teria deixado sair de Palm City.

Mas, agora já era tarde demais.

Quanto mais irritado Juelz ficava, mais ele queria despejar sua frustração com Credence.

Ao errar outro soco em Credence, ele imediatamente retraiu a mão e tentou acertar mais uma vez o homem que estava sentado em silêncio. Juelz rugiu com raiva: “Credence eu vou te matar! Vou acabar com você!”

Se há quatro anos ele soubesse que Dorothy acabaria na prisão, por causa de seu casamento com Credence, ele a teria importunado para impedir que ela se casasse.

Credence se esquivou e evitou o ataque de Juelz. Ele não revidou os atos de violência com mais violência. Apenas conteve-se em franzir o cenho e dizer: “Antes de minha esposa sair de Palm City, ela lhe disse alguma coisa?”

Ao ouvir a palavra ‘esposa’, Juelz chorou de rir, como se tivesse escutado a melhor piada do mundo. Ele apontou para Credence e zombou: “Você ainda acredita que Dory é sua esposa? Ela veio para Talco City, porque você a ameaçou com a minha vida. Antes de voltar para cá, sabe para onde ela queria ir?”

“Ela tinha reservado uma passagem para Starovilla. Ela só queria fugir de você e nunca mais vê-lo outra vez!”

“Se você fosse homem o bastante, tiraria Dory da prisão no instante em que foi algemada. Do contrário, pare de agir de maneira pretenciosa e como um bebê chorão. Você é deplorável!”

“Afinal, você não queria se divorciar? Eu posso cuidar dela muito bem. O futuro de Dorothy não tem mais nada a ver com você.”

Credence ergueu os olhos e o encarou. Ele esboçou um leve sorriso, “Você está cobiçando a minha mulher? Por que você não se torna um homem digno primeiro?”

"O que meu valor tem a ver com você?"

Por causa do usa da força excessiva, gradualmente o sangue jorrou de suas feridas. Juelz cerrou os dentes, com dor e zombou: “Credence, todos no país acreditam que Dory é uma assassina. Eu sei que você não tem coragem de usar o nome da família Scott para ajudar Dory a sair da cadeia, mas eu estou disposto! Estou disposto a renunciar o prestígio da família Sherman só para ajudar Dory! Até mesmo minha vida! Mas, e você? Faria o mesmo?”

"Pft, você é apenas egoísta. Você não merece Dory, nem é digno do amor dela."

Mesmo se não estivesse ferido, Juelz não seria capaz de lutar contra Credence, ainda mais com Benjamin presente. Era mais provável que ele tomasse outra surra.

Juelz amaldiçoou Credence até se sentir satisfeito, então desistiu de iniciar outra briga. Ele se virou, chamou um táxi e correu para a delegacia de Talco City para visitar Dorothy. Ele também queria tomar as melhores providências.

Discutir com um homem sem gosto, como Credence, era uma perda de tempo.

O Maybach preto com as janelas quebradas permaneceu estacionado. Juelz veio repentinamente fez um estrago e foi embora com a mesma rapidez. O que restou dentro do carro foi um silêncio sepulcral.

Benjamin esperou algum tempo, mas Credence não se pronunciou. Ele se acalmou e disse em tom ameno: “Sr. Scott, o Sr. Sherman é bem direto. Não leve a sério suas tolices.”

"Não estamos no mesmo nível. Não me importo com ele. Comece a dirigir, primeiro vamos voltar para o escritório."

Sua voz baixa e indiferente veio do banco de trás. Ele não hesitou, o que deixou Benjamin calmo e confiante.

"Mas a Sra. Scott ainda está sendo interrogada na delegacia de polícia..."

Quando Credence ouviu isso, ele ergueu a cabeça. Seus olhos estavam enevoados e ele viu, pelo retrovisor, o olhar preocupado de Benjamin. Então em um tom tranquilo ele indagou: “Você acha que deixaria minha esposa correr perigo?”

Quanta arrogância!

Com uma única frase ele se expunha seu tom autoritário!

Em seu interior, Benjamin torcia com entusiasmo por seu chefe. Ele ficou preocupado o dia todo, a respeito de qual prisão Dorothy seria mandada. Mas, ele finalmente se acalmou e afastou suas preocupações.

......

Na sala de detenção individual...

Dorothy já tinha terminado o jantar. Em silêncio ela circulou pelo cubículo de quatro metros quadrados. Ela sentia-se um pouco cansada. Resolveu que era melhor se sentar na cama, então ela envolveu as pernas com os braços e apoiou o queixo sobre os joelhos. Com o coração inquieto, ela observou o fino lençol branco em cima da mesa.

Rosalie e seus pais adotivos trabalharam arduamente para incriminá-la. Será que tudo aquilo era apenas para eliminar um obstáculo no caminho de Rosalie?

Portanto, ela planejou incriminar Dorothy para ser condenada por assassinato e não poder escapar da prisão. Talvez, na verdade, era quase certo de que ela seria sentenciada à morte e fuzilada, desaparecendo sem deixar rastros.

Tudo isso por causa de um homem. Será que era mesmo necessário toda essa encenação?

Ela queria o divórcio. Porém, Credence não a deixava ir. O que ela poderia fazer?

As pessoas só sabiam temer os fortes e intimidar os fracos. Eles não ousariam culpar Credence, pois não tinham a coragem necessária para enfrentá-lo. Então, eles a escolheram como alvo e fizeram de sua vida um inferno. Fizeram planos e mais planos para se livrarem dela.

Ao pensar nisso, Dorothy suspirou, deixando escapar um sorriso amargo.

Quando ela conheceu Credence, aos dezesseis anos, ela imaginou que ele era o herói que a salvara de seu momento de maior aflição. Aos vinte e seis anos, quando o encanto parece ter se desfeito, ela percebeu que todas as dificuldades até então, foram todas por causa dele!

Se ela nunca tivesse se apaixonado por ele, a família Fisher a trataria pior do que o cachorro de Rosalie. Pelo menos, ela não teria que carregar a alcunha de assassina, ou ser trancafiada em uma sala de detenção, para aguardar seu julgamento.

De repente, houve uma batida nas barras de ferro, pelo lado de fora. O som foi um pouco alto demais e isso assustou Dorothy. Ela lentamente levantou a cabeça e se deparou com uma guarda penitenciaria muito jovem, que estava parada do outro lado das barras. Ela acenou com cordialidade, “Número 1908, você pode sair por alguns minutos. Alguém está procurando por você.”

Ela ficou atordoada por um momento. Só então Dorothy percebeu que o número 1908 era seu número de série.

Os outros presos eram todos criminosos. Seus nomes de batismo lhe foram tirados. Agora, seus nomes eram apenas números de quatro dígitos, o que era mais conveniente para a administração.

Quem poderia ser?

Quem poderia estar procurando por ela?

Dorothy, com algemas nas mãos, acompanhou a guarda penitenciária. Ela caminhou devagar, em direção à sala de visitas.

Na sala, ela viu Juelz, seu belo rosto estava marcado pelas olheiras. Parecia que ele tinha perdido todos os seus entes queridos. Mas, logo ela notou que ele estava coberto de poeira e sangue, seus olhos ficaram vermelhos, “Juelz, você... por que você está aqui?”

“Eu não avisei para você não voltar para Talco City sozinha? Você deveria ter me trazido junto, você simplesmente me ignorou. Agora, aquela megera conseguiu te colocar na cadeia...”

Juelz estava zangado e ansioso. Rapidamente ele foi até Dorothy, abrindo os braços para dar um abraço apertado. Em meio aos soluços ele se engasgou por um instante e disse: “Sua garota estúpida, você quer que eu morra de desgosto?”

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