O Amor Perdido romance Capítulo 93

As luzes estavam fortes na sala de cirurgia.

Credence deu apenas dois passos e alguém abriu a porta da sala de cirurgia.

“Sr.Scott...” A cirurgiã chefe saiu e se deparou com aquele rosto ameaçador. Ela estava bastante nervosa, “A Srta. Rosalie ainda está em cirurgia. Se você quiser vê-la, precisa usar as roupas esterilizadas...”

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, Credence abriu a porta grossa e pesada, com um chute!

Quando o resto da equipe médica viu Credence ensandecido entrando no centro cirúrgico, todos estremeceram. Mas, eles haviam aceitado o suborno, então tinham que ajudar Rosalie a manter a farsa. Eles se entreolharam por alguns segundos antes de se pronunciarem, “Sr. Scott, desculpe. Mas, qualquer interferência durante o procedimento pode causar sérios danos à Srta. Rosalie. Por favor, aguarde do lado de fora da sala...”

Credence cuspiu friamente: "Cai fora!"

Ele nem sequer viu os rostos dos médicos. Apenas caminhou até Rosalie, que estava deitada na mesa de cirurgia. De repente, ele agarrou o pescoço dela com uma das mãos e apertou com força.

Rosalie sentiu que estava ficando mais difícil para ela respirar. Ela não podia mais fingir estar sedada e inconsciente. Ela foi obrigada a abrir os olhos. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, ela começou a tossir violenta e dolorosamente.

“É isso que você chama de estar à beira da morte?”

Credence examinou com frieza a barriga lisa de Rosalie. Sua cicatriz torta estava manchada com um pouco de sangue, mas ainda parecia ser falsa.

Com a outra mão, ele pegou um lenço de papel do carrinho ao lado dele. Então, ferozmente limpou a cicatriz fala, imediatamente a pele lisa foi exposta. Não havia nenhuma cicatriz no corpo de Rosalie, nem mesmo os cortes da cirurgia de transplante de rim. Credence deduziu que a ruptura renal, também não passava de uma mentira.

Um rompante de ódio explodiu dentro dele.

Ele agarrou o pescoço de Rosalie com mais força, o sorriso em seus lábios era impiedoso, “Se você não quer morrer, então me diga, onde você conseguiu a droga Mosemary?”

Ela tossiu, "Credence, primeiro você pode me soltar..."

Rosalie estava à beira de ser sufocada até a morte pelo homem tenebroso que amava. Ela piscou os olhos melancólica, e lágrimas de dor escorreram por seu rosto.

Enquanto ela chora, se lembrou de algo. Durante sua festa de aniversário de 18 anos, ela foi o centro das atenções e ele não negou que era sua namorada.

Em seu aniversário de 19 anos, Credence sofreu um acidente de carro.

Naquela tarde, Rosalie estava participando de uma entrevista importante, em uma Escola de Cinema e TV. Ela ficou sabendo do acidente quando era a próxima candidata a ser entrevistada. Ela não deu ouvidos a Linda e nem ao seu conselheiro, saiu correndo para acompanhar e cuidar de Credence.

Já na sala de emergências, ele ainda estava perdendo muito sangue. Ela o segurou com tanta vontade, que seu vestido branco ficou manchado com o sangue dele.

Quando ele acordou, ela sentou-se na cama e chorou histericamente, desejando que pudesse trocar de lugar com ele e sentir sua dor, enquanto ele fazia uma transfusão. Credence usou seu braço ileso para puxá-la mais perto e limpar seu rosto. Ele se esforçou para dar um sorriso fraco e disse que esperaria até a formatura dela para se casarem.

Ele nunca teve qualquer relacionamento íntimo com qualquer outra mulher antes. Ele sempre se manteve respeitosamente longe de outras mulheres.

Embora ela fosse sua namorada, a maior intimidade que eles tinham não ultrapassava abraços e segurarem  as mãos um do outro.

Como ela fora ingênua, pois naquela época Rosalie acreditava que os abraços e as mãos dadas eram a prova do cuidado e apreço que Credence tinha por ela.

Mas, não muito tempo depois, ele se casou com Dorothy. Contudo, ele só estava interessado no corpo de Dorothy. Rosalie entendeu que quando um homem não ama uma mulher, ele não tem pensamentos ruins sobre ela.

Credence não a amava, mas ele também não a odiava.

Portanto, quando os anciãos da família Scott planejaram que Dorothy dormisse com Credence, ele só tinha interesse no corpo dela. A promessa de casamento de Credence e Rosalie se dissolveu.

O casamento com Dorothy tinha sido ainda mais tranquilo.

Mas, quem entenderia a dor do coração dilacerado de Rosalie?

Quando ela tinha 19 anos, ele só tinha olhos para ela. A noite em que Credence se casou com sua irmã, foi cruelmente dolorosa, como se o mundo inteiro a tivesse abandonado.

No hospital, Rosalie lembrou de tudo, de como ele prometera, em um tom suave, que se casaria com ela.

Quando Credence afrouxou o aperto em seu pescoço, Rosalie levantou-se com dificuldade da mesa cirúrgica. Ela encarou o homem bonito e charmoso, mas feroz que estava na frente dela: “Credence, eu te amo! Eu te amo muito! Você descobriu tudo... meu rim não rompeu e não me machuquei ao cair do terceiro andar, mas porque eu tive um golpe de sorte.”

“Eu não queria mentir para você. Mas, desde que você se casou com a minha irmã, temos passado cada vez menos tempo juntos. Eu tinha receio de que você tivesse se apaixonado por Dorothy, de você não me amar mais e me deixar!”

"Não preciso de um título e também não quero tirar nada de Dorothy. Só quero ser sua mulher. Quero ficar do seu lado para sempre. Estou disposta a ser sua amante por toda a minha vida! "

Ela piscou os olhos tentando afastar as lágrimas. Então ela saiu da mesa de operação, um pouco fraca, porém delicada. Com suas mãos magras e macias ela segurou os braços de Credence, assim como fizera tantas vezes no passado.

Quando Credence sentiu a mão dela, ele imediatamente a afastou com nojo. Seu olhar era terrível, "É realmente isso que você pensa?"

A expressão dela congelou.

Como era possível ela querer se sujeitar a viver sendo apenas uma amante?

Naquele momento, o homem enigmático à sua frente a deixou confusa, ela não sabia se ele estava feliz ou zangado. Então, ela não ousou negar suas palavras. Rosalie sorridente, olhou no fundo daqueles olhos frios, “Sim, é o que eu penso. Estou disposta a fazer qualquer coisa por você, até mesmo desistir da minha vida!”

"Eu te amo. Eu realmente quero ser a mulher da sua vida!"

Olhando para o homem encantador que arrebatou seu coração, Rosalie ficou na ponta dos pés e tentou beijar seus lábios finos.

"Ah ..."

Ao ser jogada contra a parede, com um estrondo, Rosalie soltou um grito estridente. Quando ela caiu no chão, suas panturrilhas bateram na mesa de cirurgia, quase fazendo-a chorar de dor.

“Credence…”

Rosalie olhou para cima em choque, sentindo-se magoada.

Ele se aproximou devagar e fitou a pobre e patética Rosalie, no chão. Seus olhos estavam repletos de crueldade e indiferença, quando ele perguntou: “Onde você conseguiu o Mosemary?”

"O que é Mosemary? Credence, eu não sei! Eu realmente não sei!"

Na primeira vez que Credence fez esta pergunta, Rosalie pensou em agir como quem não sabia de nada. No entanto, quando ele perguntou da segunda vez, ela sabia que ele deveria ter descoberto algo. Seu rosto empalideceu e ela foi tomada por uma onda de inquietação.

Comparado com aquele homem diabólico, Credence ainda tinha um temperamento gentil. Não importava o que fosse acontecer dali em diante, mas ela não podia revelar a identidade do fornecedor. Caso contrário, um castigo pior do que a morte a aguardava.

"É melhor você rezar para que eu não encontre nenhuma evidência!"

Credence estreitou seus olhos, e cada palavra dele era fria como gelo, "Não tente nenhum truque inútil. Você nunca vai estar a altura de Dorothy."

O corpo curvilíneo de Dorothy já era o suficiente para excitá-lo. Algo que o corpo plano de Rosalie não conseguia fazer.

Assim que ele terminou de falar, Credence foi embora sem olhar para trás. E bateu a porta ao sair.

Rosalie cerrou os punhos de raiva. O aquecedor estava ligado e a temperatura da sala era quente como dias de primavera. Mas, Rosalie continuava tremendo, como se estivesse em uma caverna de gelo.

Ela tinha feito de tudo por ele, mas ele ainda amava Dorothy. Ele realmente tinha se apaixonado por Dorothy!

Como isso pode acontecer?

Como?

......

Depois de sair do hospital e entrar no carro, Credence se encostou no assento e acendeu um cigarro inquieto. Porém, algo ainda o incomodava.

Ele estava no mundo dos negócios há anos e nunca tinha sido trapaceado. No entanto, ele quase foi passado para trás por uma garota...

Benjamin sentiu o espectro ártico de seu patrão, e não conteve um calafrio, tão pouco se atreveu a perturbá-lo. Contudo, após alguns minutos de silêncio, ele ainda não tinha recebido as instruções de Credence. Então, reuniu toda sua coragem e perguntou com cautela: "Sr. Scott, deseja ir primeiro à delegacia para visitar a Sra. Scott?”

Visitar Dorothy?

Credence pensou no telefonema de Ivana, em que ela havia lhe contado sobre a conversa com Dorothy, como ela estava desanimada e não queria ligar para ele. Seus olhos ardiam, após olhar para a luz do sol que entrava pela janela.

Em silêncio e cabisbaixo, ele deu algumas tragadas no cigarro. O sabor amargo da nicotina desceu pela garganta, até quase sufocá-lo.

Vendo que ele permaneceu calado, Benjamin não desistiu: “Sr. Scott, esta é a primeira vez que a Madame vai parar em uma sala de interrogatório. Ela deve estar com medo e aflita. Talvez ela o culpe, mas não é motivo para você não ir visitá-la. Quanto mais você a evitar, mais irá decepcioná-la.”

Credence disse: "Você não entende. Eu sou a última pessoa que ela gostaria de ver, neste momento!”

O homem, que sempre fora decidido, suspirou pela primeira vez na frente de sua assistente. Ele pressionou a ponta do cigarro no cinzeiro de porcelana branca e o apagou.

"Primeiro, vamos voltar ao escritório. Vou pensar no que posso fazer."

Ele pronunciou essas palavras com uma voz profunda e desamparada.

Benjamin assentiu e se preparou para partir. De repente, um grupo de homens vestidos de preto veio na direção deles e correram para a parte de trás do carro. Logo em seguida, ouviu-se o som das janelas sendo estilhaçadas ecoou pelo ar.

Ao mesmo tempo em que o vidro quebrado caia no chão, um grito animalesco ressoou.

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