O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 101

Quinn ficou em silêncio, desviando o olhar para a paisagem do lado de fora da janela do carro.

O olhar de Julius pousou nela.

Ele não esperava ter ouvido, por acaso, uma conversa entre Harlan e ela no cartório naquele dia.

Quando Harlan afirmou que todos da família Whitethorn eram pessoas fora do comum, ela não percebeu nada de estranho neles. Na verdade, sempre que Harlan tentava compartilhar boatos misteriosos sobre a família Whitethorn, ela logo descartava, dizendo que rumores não eram confiáveis.

Como Harlan disse, uma mulher assim era nobre e generosa. Comparado a ela, mesmo que ele parecesse bem-sucedido e distinto, não passava de alguém insignificante.

Ele sabia que, para muitos, era considerado um louco. Mesmo que não estivesse fora de si agora, acreditavam que era só uma questão de tempo até que estivesse.

“Você realmente não quer saber quais são os boatos sobre a família Whitethorn?” A voz dele ecoou de repente pelo carro.

“Não me interesso por boatos,” respondeu Quinn. “Além disso, quem pode dizer se são verdadeiros ou não?”

Os olhos de Julius escureceram um pouco. Será que ela não se interessa pelos boatos ou por mim?

“E se alguns desses boatos forem verdade?” Julius perguntou.

“O quê?” Quinn ficou surpresa.

Julius olhou para ela. “Por exemplo, dizem que todos da família Whitethorn têm algum parafuso a menos, inclusive eu. E se eu te dissesse que esses boatos são verdadeiros?”

“Você tem algum problema mental?” Quinn perguntou, séria.

Um lampejo de surpresa passou pelos olhos de Julius. Ele imaginava que, ao ouvir aquilo, ela hesitaria ou, pior, demonstraria repulsa.

Mas não esperava que essa fosse a primeira pergunta dela.

“Não,” respondeu ele.

“Se não é isso, então você é normal,” disse Quinn. “As pessoas são diferentes por natureza. O que os outros dizem é problema deles. Se você mesmo acha que não é normal, aí sim está sendo diferente.”

Os olhos de Julius brilharam levemente.

Desde que a conheceu, ela sempre o olhou de maneira comum.

Ela não o via como as outras mulheres — com bajulação, cobiça ou medo. Simplesmente o enxergava como uma pessoa normal.

Julius soltou uma risada baixa. “Você tem razão. Se eu começar a pensar que não sou normal, aí sim não serei. No futuro, se quiser saber algo sobre a família Whitethorn ou sobre mim, pode perguntar diretamente. Não precisa ouvir dos outros.”

No entanto, sentia-se cada vez mais atraído por Quinn. Desde o momento em que ela apontou uma arma de brinquedo para sua cabeça até os encontros seguintes, o interesse por ela só aumentava, fugindo do seu controle.

Quinn não era do tipo que tirava o fôlego de alguém à primeira vista. Mas sua aura determinada, junto com traços delicados, lhe conferia uma força difícil de ignorar.

Mesmo sendo magra e um pouco mais baixa que ele, havia algo em estar ao lado dela que inexplicavelmente trazia conforto.

De repente, o som de passos ecoou. Era Quinn, já vestida com o vestido escolhido, surgindo diante de Julius.

Era um vestido longo até os tornozelos, com uma fenda lateral. Preto, simples, certamente uma escolha prática e discreta para um evento formal.

Ainda assim, ele ficou maravilhado.

Era como se seu olhar não conseguisse se desviar do rosto dela.

“Amanhã vou te acompanhar ao banquete. Vamos com esse vestido,” sugeriu Quinn, aproximando-se de Julius.

Enquanto caminhava, a fenda do vestido deixava à mostra a longa perna direita, revelada sutilmente a cada passo.

Julius franziu o cenho de repente, pensando em quantas pessoas poderiam ver as pernas dela se ela usasse aquele vestido no dia seguinte.