O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 199

Todo o sangue sumiu do rosto de Julius; suas mãos no volante tremiam quase imperceptivelmente.

<Então... se um dia eu não tiver mais valor para ela, ela também vai me deixar de lado? Não! Eu nunca vou deixar que ela me abandone!>

Num movimento brusco, Julius girou o volante e pisou no freio. O carro parou com um guincho junto à calçada.

“Por que você parou tão de repente—”

Quinn nem terminou de falar quando Julius soltou o cinto, inclinou-se sobre o console e encurtou a distância entre eles.

“O que houve?” Quinn encarou aquele rosto marcante que se aproximava do seu.

Naquele instante, ele estava pálido como um fantasma, e uma ansiedade inconfundível escurecia seus olhos.

“Se eu me tornar inútil, você vai me descartar?” ele perguntou, o olhar fixo nela.

Quinn ficou imóvel, depois, como se algo tivesse feito sentido em sua mente, respondeu suavemente: “Não. Mesmo que você realmente se tornasse inútil, eu jamais te abandonaria.”

“Mesmo?” Ele ainda parecia longe de se sentir seguro.

Quinn apertou os lábios vermelhos, sabendo que certos traumas—certas marcas profundas—não se apagam com algumas palavras de conforto.

Ainda assim, eles tinham muito tempo pela frente; ela poderia acalmar essas dúvidas aos poucos.

Ela segurou o rosto dele com as duas mãos e encontrou os lábios frios dele com um beijo quente. “Julius, sendo útil ou não, eu gosto de você—gosto de você, da pessoa que você é.”

O calor dela parecia determinado a derreter o frio que envolvia a boca dele.

A inquietação e a tensão que tremiam em seu peito foram se desfazendo lentamente diante daquela declaração.

Os cílios de Julius tremeram; após uma breve pausa, ele fechou os olhos e correspondeu ao beijo.

Quando Quinn finalmente se afastou, Julius sentiu o calor dos lábios dela desaparecer, deixando para trás uma leve sensação de vazio.

“Vamos, vamos para casa,” Quinn lembrou; aquele não era um lugar para estacionar por muito tempo.

Claro, ela nunca imaginou que um dia beijaria Julius dentro de um carro parado na calçada, enquanto pedestres passavam pelas janelas.

Mas, há pouco, tudo o que ela queria era acalmar a ansiedade dele e mostrar o quanto se importava.

Julius lançou a Quinn um olhar longo e profundo, então ligou o motor novamente.

O carro partiu devagar e, cerca de vinte minutos depois, parou diante do portão da mansão.

Naquele momento, uma figura solitária estava parada do lado de fora do portão.

Quinn se aproximou de Harlan. “O que te trouxe aqui? Nem avisou.”

“Queria te surpreender,” Harlan respondeu. “Lá em Jexburgh, só de saber que você estava namorando o Julius já foi um choque.”

Enquanto falava, seus olhos passaram por Quinn e pousaram em Julius, que havia saído do carro e caminhava em direção a eles.

Os olhares dos dois homens se cruzaram no ar.

“Você está em Yarburn há tão pouco tempo—tem certeza de que quer mesmo namorar o Julius?” Harlan perguntou.

Quinn sorriu. “Também não esperava, mas tenho certeza de que quero ficar com ele.”

Os olhos de Harlan perderam o brilho; a resposta direta dela não deixava espaço para ele alegar que ela estava sendo pressionada ou era contra a vontade.

“Sim, estamos juntos.” Julius se colocou ao lado de Quinn e, como se quisesse marcar território, entrelaçou os dedos nos dela com firmeza.

Olhando para aquelas mãos unidas, Harlan sentiu a cena como um golpe difícil de suportar.

“Quinnie, por que escolher o Julius? O que ele tem de tão especial?” ele perguntou, lançando um olhar duro para Julius.

Diante da pergunta, Julius apertou ainda mais a mão de Quinn; era evidente que estava tenso com a resposta dela.