O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 332

Serena inclinou-se, seu perfume se espalhando pela luz tênue enquanto seus lábios se aproximavam dos dele. Leander virou o rosto no último instante possível. “Serena, eu sempre te considerei como uma irmã.”

O sorriso dela se quebrou. Um brilho duro passou por seus olhos. “Uma irmã?” Ela zombou, o som agudo como vidro quebrando. “Você realmente imagina que pertence à família Fane?”

Com um empurrão súbito, ela o forçou contra o sofá de veludo. “Anos atrás, você estava quase morto, a pele queimada por aquele incêndio, sem um tostão na cama de um hospital. Lady Margaret te confundiu com outra pessoa, e o Tio Everett—temendo pela saúde dela—te reivindicou como um filho ilegítimo. Sem essa misericórdia, uma infecção teria acabado com você há muito tempo.”

Leander se endireitou, estabilizando sua respiração. “Nunca acreditei que fosse realmente um de vocês.”

O riso de Serena era frio e frágil. “Ótimo. Lembre-se disso—aquela mulher ainda sobrevive apenas porque a família Fane paga suas contas. Você não é nada além de um cão mantido para divertir Lady Margaret.” Os saltos altos dela clicaram como tiros enquanto ela saía do lounge VIP, o queixo erguido em triunfo arrogante.

Um dia, ela jurou, aquele homem rastejaria até ela de joelhos.

O silêncio se instalou no lounge. Leander permaneceu sozinho, o eco de seus passos desaparecendo como uma tempestade que se afasta.

Ele desbloqueou seu telefone e abriu um aplicativo de monitoramento remoto.

Uma sala de hospital piscou na tela: paredes estéreis, luzes abafadas, o sussurro suave de uma linha de oxigênio.

Na cama jazia uma jovem mulher, suas feições pálidas sob o respirador, um gotejamento intravenoso devolvendo o tempo às suas veias.

Leander passou dois dedos sobre o vidro. “Eu vou curar você, eu juro. Aguente mais um pouco.”

Enquanto ele permanecesse na propriedade dos Fane, dinheiro e acesso médico estavam ao seu comando. Quem ele tinha sido—quaisquer memórias que as chamas tivessem roubado—não importava mais ao lado do pulso frágil dela.

Embora Julius e Harlan mal pudessem se suportar, eles encontraram um terreno comum ao planejar o roubo do DNA de Leander.

Julius traçou a agenda futura de Leander. Harlan subornou pessoas até que um bartender concordasse em deslizar um sedativo potente na bebida. O medicamento apenas induzia uma sonolência profunda—fácil de confundir com o efeito residual de uma bebida forte.

Quando Leander se retirou para a suíte de vestir para um breve descanso, Quinn entrou sorrateiramente com Julius e Harlan logo atrás.

Do lado de fora, os homens de Julius cercaram o corredor. Todos os funcionários já haviam sido comprados.

Um ataque aberto é simples de se defender. Uma lâmina oculta é outra história.

Negue o quanto quiser, mas meus instintos gritam—você é Rowan.

“Rowan... Você faz ideia de quanto sinto sua falta? Se eu tivesse te encontrado antes,” ela disse, a tristeza tremendo sob seu tom medido, “você teria sido poupado de ao menos uma parte da dor que suportou?”

Julius e Harlan estavam a uma curta distância. As sobrancelhas de Harlan se ergueram em empatia silenciosa, enquanto Julius apertava os lábios, a tensão esculpindo uma linha dura em seu rosto.

Harlan se aproximou e colocou uma mão leve no ombro de Quinn. “Encontrá-lo agora não é tarde demais. Vamos rezar para que ele realmente seja Rowan.”

O maxilar de Julius se apertou. Quinn havia lhe dito que Leander Fane tinha queimaduras graves—cicatrizes de um incêndio há três anos, não do inferno na fronteira cinco anos atrás.

Se ele tivesse encontrado Rowan naquela época e o tirado das chamas, essas cicatrizes poderiam nunca ter existido.

E se Leander se provasse ser Rowan, cada vez que Quinn visse aquelas marcas de queimadura, ela se lembraria da falha de Julius em agir. O pensamento provocou um calafrio de medo em seu peito.

No sofá, os dedos de Leander se mexeram—movimentos pequenos e involuntários sinalizando que o efeito da droga estava diminuindo.