O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 432

Julius permaneceu em silêncio.

Sob o tecido da contenção, seu corpo pulsava com uma necessidade animal. Cada nervo corria sob sua pele, ansiando por mais do toque de Quinn, desesperado para responder ao chamado dela.

Ainda assim, a razão sussurrava com persistência implacável sob o rugido do sangue, e ele ouvia o aviso repetindo como um mantra em sua mente.

Concentre-se, Julius Whitethorn! Você não pode se deixar afogar. Se você se perder de novo—se se render mesmo que uma vez—pode emergir como algo muito mais sombrio do que o próprio Pai já foi. É melhor romper o laço agora do que viver o suficiente para ver o desprezo florescer nos olhos dela...

"Se você não responder, vou considerar como um sim," Quinn murmurou, inclinando a cabeça até que seu hálito quente roçasse a concha da orelha dele.

Os lábios dela tocaram o lóbulo da orelha dele, um gesto suave como um sussurro, meio acidental, meio deliberado. Um arrepio explodiu por seu corpo, seus ombros se contraindo antes que ele pudesse conter o tremor involuntário.

Ela observou o rubor subir pela curva delicada da orelha dele e sorriu—pequena, triunfante, incrivelmente terna.

Ficava claro que a faísca entre eles nunca havia realmente morrido.

Ela pressionou outro beijo naquele lóbulo febril, depois traçou o plano angulado da bochecha dele com devoção leve como uma pluma, demorando-se no canto do olho antes de deslizar para a ponte do nariz.

Justo quando a boca dela se aproximava dos últimos centímetros até a dele, Julius virou bruscamente, oferecendo apenas seu perfil.

"Quinn, já chega? Pare de brincar," ele perguntou, com a voz mais áspera do que pretendia.

"Brincar?" Ela encaixou dois dedos sob o queixo dele, forçando o olhar dele de volta ao dela. "Você sabe como eu sou, Julius. Eu nunca—nunca—tratei algo assim como um jogo."

Com um movimento rápido, o homem se soltou, as palavras escapando por entre os dentes cerrados enquanto ele segurava o pulso dela, prendendo-o firmemente entre eles. "Se não é um jogo, então como você chama isso? Prova de que pode me manipular, me manter dançando na palma da sua mão sempre que quiser?"

Quinn ergueu os olhos e o estudou. Sob o lampejo de raiva e orgulho teimoso, ela percebeu uma confusão crua—uma incerteza juvenil que raramente, se é que já tinha visto nele.

Um Julius tão vulnerável era quase irreconhecível.

"Eu só queria te acalmar," ela disse, com uma honestidade nua entre eles.

"Me acalmar?" Por um momento, Julius apenas encarou, olhos arregalados, completamente pego de surpresa pela palavra. Era a última explicação que ele esperava.

"Sim, te acalmar. Nunca precisei confortar ninguém antes, então estou improvisando. Tudo que quero é que você se sinta bem." Enquanto Quinn falava, o canto do olho dela captou o vermelho profundo da orelha dele; até as bochechas dele começaram a brilhar com isso.

O murmúrio terno dela era uma promessa aveludada, mais doce do que qualquer tentação que ele já havia provado.

A razão gritava para ele parar, afastá-la antes que o arrependimento criasse raízes. Mas seu corpo se recusava a obedecer, afundando cada vez mais no prazer que ela derramava nele, mais fundo a cada vez.

O amor deles, tão faminto, terminou com Quinn adormecendo de puro cansaço.

Julius se levantou em silêncio. Vendo o quanto ela estava exausta, ele pegou um pano morno e limpou a pele dela com um cuidado quase reverente, depois puxou o cobertor até os ombros dela.

Quando ele ajeitou a colcha sob o queixo dela, ela se contorceu no sono e murmurou, "Não... Julius, não..."

A mão de Julius congelou. Num instante, o brilho da intimidade anterior virou gelo em suas veias.

O que ela está vendo atrás dos olhos fechados? É o monstro que eu já fui—aquele rosto que ela não suporta? Isso significa que ela finge me amar quando está acordada, mas nos sonhos, o verdadeiro coração dela se retrai?

Quando ele começou a se levantar, pronto para sair silenciosamente pelo corredor, a voz de Quinn soou novamente. "Não vá. Não me deixe, Julius..."