O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 434

Quinn não conseguiu conter a raiva. "Então seu pai queria minha morte—só para provar que você é o reflexo dele? Ele nunca pensou que você também poderia morrer naquele incêndio?"

A pergunta a puxou de volta para a fumaça sufocante, o calor abrasador, o instante em que um resgate atrasado significaria dois túmulos sem nome.

"Ele não se importa," Julius respondeu sem hesitar. "Minha vida nunca teve valor para ele. Ele chegou a instalar explosivos no local para garantir que as chamas terminassem o serviço."

Quinn encarou o homem à sua frente. Mesmo falando de um pai disposto a deixá-lo queimar, sua expressão permanecia serena como água parada.

Julius sustentou o olhar dela. "Você sente pena de mim? Tudo bem. Não há motivo para isso. Descobri a verdade no dia em que minha mãe morreu e fui sequestrado para outro país. Para ele, virei uma ferramenta quebrada, e como não sirvo mais, posso ser descartado facilmente."

A serenidade do homem só aprofundava a dor de Quinn. Ela vinha de um lar caloroso—pais que se amavam e amavam a filha.

Diante das cicatrizes de Julius, até as palavras mais gentis pareciam frágeis, insubstanciais, pequenas demais.

"É por isso que você não deveria ficar comigo," Julius disse, voz suave mas firme. "Meu pai pode atacar você de novo a qualquer momento. O caminho mais seguro é manter distância—como se nunca houvesse nada entre nós."

Quinn ergueu o queixo. Sob a luz trêmula, seus olhos ganharam um brilho desafiador. "Você tem medo que seu pai venha atrás de mim de novo?"

A resposta de Julius cortou o silêncio como vidro quebrado. "Enquanto ele estiver solto, essa ameaça nunca morre."

Ela se aproximou rapidamente, voz iluminada por uma certeza imprudente. "Então é ainda mais motivo para eu ficar aqui com você!"

O rosto de Julius perdeu a cor. Ele segurou os ombros dela, misturando raiva e medo. "Quinn, você não ouviu nada do que eu disse? Meu pai é um lunático. Ele provocou um incêndio na festa de aniversário do Grupo Whitethorn em plena luz do dia. Você acha que há algo que ele não faria? Você tem desejo de morrer?"

Em vez de recuar, ela perguntou, quase com ternura, "Seu pai amou sua mãe, mas já amou mais alguém?"

A pergunta o deixou atordoado. "O quê?"

"Acho que não. Você acabou de dizer que ele era indiferente a tudo até conhecer ela. Então, na vida toda, ele só amou sua mãe, não é?" Quinn continuou, respirando fundo e escolhendo as palavras como um bisturi. "Ele sabe que você me ama, e acha que você é igual a ele. Se for assim, você realmente acredita que se eu te deixasse, ele pensaria que você parou de me amar?"

Mas se ela ficar, será que vou perder o controle e me apaixonar de novo?

Ele soltou uma risada seca. "E por que tem tanta certeza? Você realmente me conhece? Não faz ideia do quão sombrio eu posso ser—"

Ela pressionou a mão sobre a boca dele, silenciando o desprezo próprio. "Talvez eu ainda não saiba tudo, mas vou aprender mais a cada dia. Quer saber por que confio em você? Porque eu escolho confiar. Porque quero acreditar em você!"

As pupilas de Julius se contraíram até virarem pontos.

Os lábios dela roçaram o ar entre eles, a voz indo direto ao coração dele. "Você já me disse que queria ser um homem bom, e eu acredito nisso de verdade! Além disso, já sei que você não é nada como seu pai. Sim, você me prendeu naquela ilha, mas no fim me libertou, não foi? E quando tiver filhos, nunca vai tratá-los como seu pai te tratou. Você será um bom pai. Por favor, Julius, pare de engolir o veneno do seu pai. Você disse que eu te amava menos do que você me amava, né? Tudo bem. Vou provar o quanto te amo, e se vale a pena me aceitar de volta."

Ele a encarou, surpreso, as palavras dela suavizando cada fragmento de medo dentro dele.

Será que podemos realmente recomeçar? E se eu tentar de novo, ela vai me deixar pela segunda vez?

Por fim, num sussurro rouco, ele perguntou, "Como você vai provar?"