O Destino de Isabella (completo com mais um bônus ) romance Capítulo 106

°Davi°

Automaticamente minha cabeça começou a doer, eu não tive acesso a confissão do Felipe nesse crime. Mas sei que um homem, que no caso era capanga de Felipe me "salvou". Soube disso por causa de uma matéria publicada no jornal naquela época, tive acesso a isso devido as minhas pesquisas.

_Como você teve acesso a isso?_Perguntei ainda atônito.

_Meu pai foi uma vítima do caso também._Ele enche a boca pra dizer isso._Ele morreu pra te salvar, ele teve pena de você e resolveu bancar o herói.

Como ele pode achar o pai tão vítima assim? Pelo pouco que sei, ele que ficou responsável por me "apagar" com calmantes, depois teve sua consciência atingida pela culpa. Não quero ser insensível, mas a vida cobra como quer os erros que cometemos.

_Sinto muito pela vida do seu pai, eu não tenho absolutamente culpa alguma na morte dele._Encaro seus olhos que se enchem de água._Pense que ele agiu assim como uma forma de redenção por tudo que ele fez, não ouse a pensar que seu pai foi burro ao ter feito o que era certo.

_Cala a boca!_Ele berra._Você não tem ideia de como foi ver minha mãe se afogando no vício da bebida por perdê-lo, você não tem noção da dor que foi crescer tendo que me virar pra não morrer porque minha mãe não tinha condições de fazer uma refeição pra mim por estar alcoolizada. É muito fácil pra você ser grato por alguém ter poupado a sua vida. E a minha vida que foi destruída?

Alguns seguranças se aproximaram, muita gente prestava atenção em nós dois. Eles perguntaram se estava tudo bem, confirmei. Encarei o Rodrigo que derramava algumas lágrimas, pelo pouco que sei dele, eram verdadeiras.

_Essa conversa não acabou, Davi. Não acabou.

Ele vai embora e eu entro no elevador agradecendo aos seguranças. Apertei no botão e encostei a cabeça na "parede" do elevador.

_Parece que quando estou quase resolvendo um problema, outro acaba surgindo._A porta abre-se._Vou procurar uma benzedeira.

Bato na porta do quarto de Marina, ela demora um pouco pra abrir. Pelo jeito que ela abriu a porta, envolvida em uma toalha, deduzi que estava no banho.

_Trouxe bolo de chocolate pra você, baixinha._Passo por ela entregando o pacote em suas mãos._Pra nós, no caso.

_Que cara é essa?_Ela senta na cama perto de mim._Pelo visto o encontro com seu pai não foi muito agradável.

_Quem dera se fosse ele o problema maior.

Contei a Marina tudo que aconteceu a partir do meu encontro com Felipe. Ela ouviu tudo muito atenta, atrapalhava apenas pra demonstrar espanto. Minha dor de cabeça começou a piorar, reclamei de dor.