Fiquei observando Daniel devorando sua imensa taça de sorvete, totalmente alheio ao que eu estava conversando com Marina.
_Ele é simplesmente adorável._Marina diz sorrindo._Ele realmente parece uma criança feliz, vida.
_É, ele parece ser muito feliz._Levo uma colherada de sorvete à boca._E aí, Daniel? Está gostando do sorvete?
_Muito. Vamos pra onde depois daqui, irmãozinho?
_Ao parque, você quer?
Daniel assentiu esforçando-se para terminar todo seu sorvete logo. Depois de pagar a conta, fomos para o parque. Daniel era falante, queria nos guiar pelas ruas como se fosse um mestre conhecedor de tudo. Em um momento, quando chegamos no parque, Daniel calou-se.
_Aconteceu alguma coisa, Daniel?_Abaixei perto dele._Você está bem?
_O papai sempre quis me trazer aqui todo dia._Ele ficou encarando um homem brincando com um garoto mais novo que ele._Ele diz que dói correr comigo, aí a gente só brinca de bola no jardim lá de casa. Eu sempre quis brincar todo dia aqui com o papai...
_E você o ama menos por isso?
_Não, irmãozinho._Ele me olha como se eu tivesse cometido um crime._Eu amo o papai, muito. O papai só é dodói porque fez coisa errada no passado. Ele que me disse.
Marina olhou pra mim totalmente espantada com tamanha sinceridade do garoto. Eu também estava, muito mesmo. Percebi que além do Daniel ser esperto, o pai dele é sincero com o garoto. Ponto pro Felipe.
_Então vamos brincar comigo e com a Marina?_Sugeri sorrindo pra ele.
_Vamos, vamos agora!
Daniel saiu correndo gritando "nem me pega", eu e Marina nos olhamos entusiasmado.
_E então? Vai comer poeira é?_Perguntei gargalhando.
_Mas não vou mesmo!
Marina saiu gargalhando na minha frente e eu fui atrás seguindo-os. O sol estava quente, um vento gostoso soprava. As nossas risadas ecoavam no ar de uma forma tão contagiante, paramos quando Daniel disse não aguentar mais correr. Nos deitamos na grama olhando pro céu azul claríssimo.
_Você está feliz, Daniel?_Marina perguntou tocando a barriga dele com a ponta do dedo.
_Eu sou feliz, menininha._Ele devolveu o toque nela._Eu tenho uma mamãe boa, um papai muuuito legal, um irmãozinho pra brincar de correr e você, menininha.
_E pra quê eu sirvo, Daniel?
_Pra fazer meu irmãozinho sorrir que nem um bobo.
Olhei para os olhos de Marina, estavam brilhando em minha direção. Até o Daniel percebeu o que existe entre mim e a Marina. É tão forte que parece palpável.
_Você tem razão, Daniel. Ela sempre me faz sorrir como um bobo.
Daniel pediu água, então eu fui até uma lanchonete comprar. Peguei uns doces e salgados, duas garrafas de água e fui até o caixa pagar. Na volta, vi alguém conversando com Marina e Daniel. Corri até eles o mais rápido que pude. Ao me aproximar, ainda pude ouvir o Rodrigo falando algo.
_Só queria saber se está tudo bem com você, dengosa. E esse garotinho? É outro bastardo que você cuida?
_Quem é você pra chamá-lo de bastardo?_Olhei Daniel de relance e ele estava escondido atrás de Marina._Deixa de ser insistente, cara. Isso não vai terminar bem pra você.
_Eu não fiz nada, relaxa._Ele levanta as mãos em sinal de rendição, consigo sentir o cheiro de bebida vindo dele.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: O Destino de Isabella (completo com mais um bônus )
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