°Davi°
Abro os olhos com dificuldade pegando meu celular para olhar a hora. Saio da cama ao ver que já era 08:21am, provavelmente chegarei atrasado. Tomo um banho relaxante, amo banho com água bem gelada pela manhã e começo a me arrumar. Hoje tínhamos apenas as últimas casas da rua 30, eu estou confiante. Encaro meu reflexo no espelho observando meu cabelo grande e minha barba que já começa a crescer.

Termino de me perfumar, pego minhas coisas e saio do quarto às 09:09am. Saio do hotel em direção a lanchonete do Sr. João. Entro no estabelecimento cumprimentando as poucas pessoas que estavam lá e ocupo uma mesa. Segundos depois a Helena aparece na minha frente, sentando-se na cadeira.
_Bom dia, Davi._Estranho seu tom de voz._Pelo atraso, deve ter acordado tarde. Comeu?
_Bom dia, Helena. Tem bola de cristal agora é?_Ela sorri._Não, não comi nada e tô morto de fome.
Ela pede pra que eu espere e sai em direção a cozinha. Minutos depois volta trazendo na bandeja várias coisas gostosas pra mim.
_Minha mãe restringiu tanto minha alimentação que eu só não como pedra porque é dura demais._Ironizo ao ver uma fatia de bolo de chocolate e ela cai na risada._O que você quer me contar?
_Termina de comer porque eu não quero só contar, eu quero mostrar também.
Olho uma última vez pro seu rosto assentindo e volto a comer. Ela atende uns clientes por enquanto que eu termino minha refeição. Pego o celular rapidamente e mando uma mensagem pra Marina.
Preciso falar com você, é urgente. Pode ser hoje??
Deixei o celular em cima da mesa e terminei de beber o suco. Logo ele vibra e acende, uma mensagem da Marina.
Marina ?
Okay, 18hrs no meu quarto. Espero que seja urgente mesmo.
Sorri e guardei o celular no bolso. Helena recolhe a bandeja alegando que tudo foi cortesia do João, pega suas coisas e assim saímos da lanchonete indo para o ponto de ônibus.
_Tenho saudades do meu carro._Desabafei ao embarcarmos no coletivo._Você nunca me disse nada sobre você. Sua vida não parece essa calmaria que aparenta ser.
_E não é._Ela sorri._História de vida complicada. Assim que desembarcarmos, eu te conto algumas coisas.
O trajeto foi rápido, até porque a rua 30 é mais perto. Descemos do ônibus e fomos caminhando até a casa onde paramos ontem.
_Como eu disse a você naquele dia na balada, eu sou adotada, Davi. O João não é bem meu tio, ele apenas me considera como uma sobrinha. Tenho sorte em tê-lo conhecido, muita._Ela suspira._Eu trabalho o dia todo na lanchonete e à noite eu dou aula de reforço pra um garotinho de 6 anos. Por vezes, dá até pra curtir a noite numa balada.
_Acertei em dizer que sua vida não é essa calmaria toda._Sorrio._Você é esforçada, Helena.
Continuamos a caminhar e ela pareceu criar forças pra falar algo, sei lá.
_Bom... Faz mais ou menos uma semana que não dou aula a esse garotinho pois eles fizeram uma pequena viagem._Ela suspira._A casa onde fui pedir água pra você ontem é a casa onde ele e seus pais moram. Acabei descobrindo que eles retornaram. Só que há uma coisa nisso tudo: eu nunca vi o pai dele. Toda vez que eu ia ensiná-lo era a Sra. Camila que me atendia, todas as vezes. Eu nunca vi o pai do garotinho, isso foi até ontem...
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Os comentários dos leitores sobre o romance: O Destino de Isabella (completo com mais um bônus )
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