O estrangeiro romance Capítulo 68

Cheguei em casa com meu coração acelerado. Hunter era o maior fantasma do meu passado, e ele sabia disso. Levo as mãos até o rosto. Meu corpo inteiro estava quente, o local que ele tocou ainda pegava fogo.

Parece que os anos fizeram sua masculinidade aflorar ainda mais, vê-lo usando apenas uma regata estando tão próximo de mim fez meu corpo vibrar, Hunter tinha o controle sobre meu corpo.

Vou para o quarto e vejo que ainda estava com a sua camisa, aproximo a gola de meu nariz e aspiro seu perfume.

— Charlie? — Ouço a voz de Nicolas vindo da sala.

Limpo o rímel nas minhas bochechas e tento não parecer estar tão abatida. Nicolas aparece no quarto e franze o cenho.

— Você está bem?

— Sim. Sim. — Respondo.

— De quem é essa camisa?

— Ah — olho para a camisa do Hunter —, é do Adam. Eu acabei dormindo na Emma depois do bar.

Ele sorrir e vem até mim depositando um beijo nos meus lábios.

— Minha mãe quer encontrar você na segunda, ela disse que vocês marcaram de ver os últimos detalhes do vestido.

Arregalo os olhos.

— Não me diga que você esqueceu.

— Claro que não, eu nunca esqueceria da prova do meu vestido de noiva! — Sorrio tentando amenizar sua expressão.

Nicolas era meu noivo, apesar de não morarmos juntos.

Nos conhecemos ainda na faculdade, namoramos por 1 ano e no ano novo ele me pediu em casamento, eu aceitei com a maior convicção pois eu tinha quase certeza que ele era o homem para a minha vida.

— Certo. — Ele torce o nariz — você está fedendo a bebida e vomito.

— Vou tomar banho.

Corro para o banheiro. Por que eu sentia como se tivesse traído o Nicolas? Não fiz nada, e nem ao menos aceitei jantar com o Hunter, mas por que eu sentia uma vontade extrema de aceitar? Balanço a cabeça. Hunter não podia invadir minha vida novamente, eu tinha meus planos agora, e um deles era casar com Nicolas e ser feliz.

Saí do banheiro me sentindo revigorada, Nicolas esperava por mim enquanto brincava com Bob. Visto um vestido simples e penteio os cabelos.

— Você não parece estar com vontade de sair. — Ele abre os braços para mim.

— Prometi não ficar com ressaca, juro que estou tentando. — Deito minha cabeça em seu ombro.

— Tudo bem, não precisamos ir.

— Não, é o aniversário do seu irmão. Tem que ir, eu me viro aqui.

Ele olha para mim.

— Tem certeza?

— Sim. Tudo bem. — Sorrio.

Nicolas deposita um beijo leve em meus lábios. Ele sempre foi atencioso, eu o amava e principalmente o Bob que o adotou como pai. Pensar que meus sentimentos por Hunter aflorando, me fazia sentir como se eu tivesse traindo ele.

— Já vou. Cuide-se. — Ele deposita um beijo na minha testa.

Nicolas vai embora. Fecho a porta e encosto minha testa na mesma. Tinha que mandar mensagem para Beatriz, ela deveria estar preocupada. Procuro meu celular por toda a casa, mas eu nem ao menos lembrava se tinha trazido. Fico ainda mais frustrada em pensar que deixei na casa do Hunter. Procurei de baixo da cama, em todos os cantos possíveis e nem sinal. Respiro fundo. Não achei nem minha bolsa.

— Droga! — Resmungo.

Eu tinha que voltar, ele não iria magicamente enviá-la para mim. Durante a tarde, visto uma roupa apresentável e pego um taxi até o bar, durante o percurso eu me concentrava no que iria dizer, em como deveria agir e que seria apenas para pegar meus pertences. Quando o carro parou em frente ao bar eu li o letreiro, estava escrito "Hunters", se eu tivesse prestado atenção ontem nada disso teria acontecido. Sem me martirizar mais eu adentro o local, como ainda estava cedo os funcionários arrumavam as mesas e limpavam o balcão. Procurei por Hunter, mas não o encontrei então me aproximei do bar onde uma garota arrumava as bebidas.

— Boa tarde, o Hunter se encontra?

Ela olhou para mim dos pés à cabeça.

— Vou chamá-lo.

Seguro firme na borda do balcão. Minha lembrança dele estava vaga, eu mal o vi hoje de manhã. Meu coração quase para ao ver Hunter saindo de uma sala acompanhado da mulher. Seus cabelos estavam maiores e a barba também, agora ele não escondia mais suas tatuagens. As pequenas linhas de expressão no seu rosto lhe deixavam ainda mais bonito. Quando seus olhos encontram os meus eu senti borboletas no meu estômago.

— Charlie. — Pronunciou. — O que te traz aqui?

Minhas pernas amoleceram, a voz dele parecia mais rouca.

— Vim atrás da minha bolsa, eu esqueci aqui.

— Ah! Realmente, eu a encontrei mais cedo. — Ele sai de trás do balcão, era quase dois de mim. — Pode me seguir?

Assinto.

Fomos até o andar de cima, a cada passo eu sentia ainda mais falta de ar, as paredes pareciam se comprimir ao meu redor. Hunter abre a porta de seu apartamento, eu fico do lado de fora.

— Pode entrar.

Relutante eu entro. Cerro meus punhos para que ele não perceba que estou trêmula.

Hunter caminha pelo apartamento e der repente reaparece com a minha bolsa nas mãos.

— Encontrei ela, mas não sabia como devolver.

Abro a bolsa e pego meu celular, estava descarregado.

— Droga! — Resmungo. — Sem bateria. Emma já deve ter chamado o FBI atrás de mim.

Hunter pega o celular das minhas mãos e coloca no carregador ao meu lado. Segurei meu olhar fixamente no carpete quando o vi sentar de frente para mim. A tensão no ar estava pesada.

— Não planejo demorar aqui.

— Eu não disse isso. Como pretende chamar um taxi com seu celular descarregado? — Vejo ele relaxar no sofá. — Está agindo como se eu fosse atacá-la.

— Desculpe. — Passo as mãos no rosto.

Vi ele dando de ombros.

— Posso levá-la se quiser.

Olho para meu celular no carregador, ia demorar até ele finalmente ligar.

Hunter esperava pela minha resposta, a maldade parecia estar apenas na minha cabeça.

— Tudo bem.

Peguei minhas coisas e descemos, a moça do bar me olhou feio antes de saímos. Hunter tinha um carro, era o melhor de todos estacionados na calçada, senti orgulho dele.

Sentei no banco do carona e ele deu partida.

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