Observo Charlie ainda adormecida em minha cama. Me perguntava se era algo da minha cabeça, pois após anos a mulher cujo amei estava novamente na minha cama. Ela desmaiou nos meus braços ontem, não sabia se estava sozinha ou acompanhada, mas de qualquer forma eu não a deixaria ali. Observo seu peito descer e subir, parecia um anjo dormindo.
O cabelo castanho deixou os olhos azuis dela ainda mais selvagens, nunca esquecerei de como ela me olhou ontem.
Aproximo-me sentando em uma poltrona ao lado da cama quando a vejo despertar. Charlie esfrega os olhos, quando os abre por completo seu cenho franze automaticamente. Ela olha para o lado, percebe minha presença então se encolhe na cama. Não lembrava que seu rosto era tão belo ao despertar.
— Não pode ser verdade, devo estar sonhando. — Resmungou desviando seu olhar.
— Me sinto bem em você dizer ser um sonho me ver. — Pisco para ela.
Charlie esfrega as mãos no rosto, o rímel borrou ainda mais em sua bochecha.
— Você não era tão convencido assim. — Ela olha ao redor — onde estou?
— No meu apartamento. Você desmaiou ontem, procurei, mas não sabia com quem veio então a trouxe para cá.
Ela tira o lençol de cima do seu corpo e abre a boca, mas não diz nada.
— Onde está minha roupa? — Perguntou confusa.
— Essa é a parte divertida — encosto a costa na poltrona —, você vomitou nela.
— Você… trocou minha roupa?
Dou de ombros.
Ontem tive que tirar sua roupa suja, não atrevi em tocá-la daquela forma, mas observei as poucas tatuagens em seu corpo.
— Não, você mesma vestiu. — Minto.
Charlie leva os dedos até as têmporas.
— Estou confusa.
— Acredite, estou mais confuso que você.
— Eu não sabia que voltou pra cá.
Dessa vez desvio o olhar.
Charlie me olhava da mesma forma de quando fui embora para a Alemanha, quase 5 anos atrás. Mesmo que eu tivesse me preparado para vê-la de novo, não podia negar minha vontade avassaladora de beijá-la.
— Não tive escolhas. Alemanha não me fazia tão bem como eu pensava.
Ela assentiu como se me entendesse.
— O bar é seu? — Perguntou.
Levanto da poltrona e pego um copo com água para ela. Estendo o copo para a mesma e ela aceita relutantemente.
— Deveríamos jantar hoje á noite. Assim como eu, você deve ter muito a dizer. — Sugiro.
Charlie pisca algumas vezes.
— Não pode simplesmente reaparecer assim e pensar que eu sairia com você. — Disse.
Solto um sorriso nasal.
— Eu não reapareci, você me encontrou.
Pela primeira vez nossos olhos estão fixos um no outro. Não sabia que encará-la faria meu coração bater tão forte.
— Devo ir, Emma está preocupada comigo.
Ela levanta da cama e começa a procurar pelos seus pertences espalhados pelo chão, sem ao menos olhar para mim.
— Quer uma carona? — Seguro ligeiramente seu pulso.
Pude perceber sua respiração ressaltando.
Os lábios carmim abriram-se, e os olhos azuis pareciam perdidos e brilhantes. Seu rosto ficou mais maduro, mas ela continuava com àquela aura de menina.
Uma onda de calor instaurou-se na minha barriga, podia sentir meu membro ganhando vida e o ritmo do meu coração acelerando.
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