Resumo de Capítulo 63 – Capítulo essencial de O estrangeiro por Winnie_welley
O capítulo Capítulo 63 é um dos momentos mais intensos da obra O estrangeiro, escrita por Winnie_welley. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
Estar dentro de um avião novamente me lembrava que eu odiava viajar. O que me fez distrair de toda a situação foi a minha tristeza, meu dia não iria ser bom nem se eu tentasse.
Cheguei em Berlim na manhã seguinte, soltei um longo suspiro assim que desembarquei. Observei dentre a multidão de pessoas que esperavam por seus amigos ou parentes e avistei minha tia dentre eles, não sabia que a imagem de seu rosto maduro estava tão embaçada na minha mente, com apenas dois anos sem vê-la.
— Hunter, por deus, eu quase não acreditei que realmente fosse você. — Ela diz com os braços abertos.
Minha tia tinha cheiro de casa.
— Confesso que nem eu sabia que viria.
Ela entrelaça seus dedos nos meus e vamos em direção ao estacionamento.
— Parece que já fazem anos que não o vejo, você engordou mais.
— Você continua a mesma, um pouco mais feliz, devo admitir.
— Você sabe, as coisas não foram fáceis nesses tempos, mas estou tentando me adaptar a essa vida de solteira. — Der repente preocupação aparece em seu olhar — fazem meses que eu não vou visitá-lo.
As lembranças de meu tio ainda estão vividas na minha memória, depois que descobrimos que ele matou meus pais por vezes tentei entender o motivo, mas as respostas pareciam vagas demais.
— Acho que fez o certo. Nem eu desejo vê-lo.
— Não deveria, temos que aproveitar as suas férias aqui.
— Sobre isso — suspiro —, não são férias, talvez eu fique mais tempo.
— Você não estava namorando com uma menina por lá?
Mordo o lábio inferior com força.
— Entendi. Bem, vamos embora daqui. — Disse ela me puxando.
Sentei no banco do carona, enquanto minha tia dirigia eu observava as ruas de Berlim. Senti saudades desse clima, das ruas mais sem muitas pessoas ou do cheiro de cigarro a cada esquina. Meu coração pareceu relaxar pela primeira vez no dia. Eu estava em casa, mesmo que algo dentro de mim dissesse que não estava completo.
Minha tia mudou de casa depois de todo o escândalo, agora ela morava em uma pequena casa num conjunto residencial, eu mal cabia lá dentro.
— Eu realmente não esperava sua chegada, então arrumei esse sofá cama para você. — Ela me entrega alguns lençóis.
— Tudo bem, não vou ficar aqui por muito tempo.
Sento na borda do sofá, ela me acompanha.
— Não quer me dizer o que aconteceu entre você e a sua namorada?
— Queria, mas sinto que já não faz mais sentido. Acabou, e agora ela está na faculdade.
— Entendo, mas filho, se for para ser vocês irão se reencontrar um dia.
— Não quero ver Charlie quando já tiver meus trinta e poucos anos, ela sempre será mais do que eu posso ter.
— Você realmente não quer vê-la?
Balanço a cabeça. Ela passa suas mãos em meus ombros e sorrir.
— Continua do mesmo jeito de quando era um adolescente. Não seja burro, querido. — Ela levanta — o que acha que saímos para comer?
Sair com minha tia foi divertido, fazia tempos que eu não comia algo que realmente gostasse ou que uma cerveja me fizesse repetir até dizer chega. Ela realmente parecia mais radiante após a entrada no divórcio, ver a mesma paquerando me deixava feliz.
Durante a noite, eu observava o teto enquanto pensava em Charlie. O silêncio fazia meus pensamentos acumularem e minha respiração se tornava cada vez mais ofegante à medida que pensava na nossa vida juntos, era um tiro no pé porém fiquei mais feliz.
No outro dia sou despertado por batidas na porta, esfregou os olhos e levanto atônito, quem poderia ser a essas horas do dia? Procuro pela minha camisa, mas não a encontrei, então vou até lá e abro a porta. Sou despertado assim que vejo Maya plantada na porta da minha tia com um sorriso mais sem graça que o meu.
— Hunter? Meu deus, quanto tempo! — Ela indaga com felicidade.
Aperto os olhos com força e volto a encará-la, era real, ela estava bem de frente para mim agora.
— Não vai dizer que não lembra mais de mim... desculpe ter te acordado, mas sua tia não avisou da sua chegada.
— Ninguém sabe, foi repentina. Pode entrar.
Vou atrás da minha camisa e a visto, assim que volto a olhar Maya percebo o volume em sua barriga, mais uma vez eu quase caí para trás, completamente confuso.
— Estou com vinte e duas semanas, passou bem rápido, é um menino. — Ela passa as mãos na barriga.
— Estou confuso, acordei errado.
Ela suspira e senta à mesa.
— O pai dele é americano, nós conhecemos meses depois do nosso término. — Parecia que ela tentava provar algo.
— Não se preocupe, estou feliz por você estar bem, Maya. — Sento de frente para ela.
— Então, o que te traz aqui?
— Queria rever a minha vida aqui, acho que passei tempo demais lá.
— Sua vida aqui está uma bagunça, devo imaginar.
— Lá também está.
Ela inclina-se para frente e me olha, eu não lembrava de como os olhos de Maya eram brilhantes, talvez eles nunca tiveram disso brilhantes assim comigo.
— Acho que a melhor coisa que fez foi ter ido, agora é um excelente advogado!
Coço a nuca. Como eu diria a eles que vim para ficar?
Ele olhou para mim com o cenho franzido. Tentei organizar as palavras na minha boca, não deveria gaguejar justo agora.
— Por que matou meus pais?
Meu tio pareceu relaxar na cadeira, vi ele encostar suas costas novamente.
— Onde está a sua coragem agora, titio.
Antes de sequer abrir a boca ele apoiou suas mãos na mesa e respirou fundo.
— Você deve imaginar que seus pais eram as melhores pessoas do mundo, mas não eram, como diz o ditado: a fruta não cai muito longe do pé. — Ele pigarreia.
— Do que está falando?
— Seu pai tomou de mim tudo o que era meu, até mesmo a sua mãe.
O nó na minha garganta só aumentava.
— Minha mãe...
— Ela era minha antes do seu pai a pedir em casamento, nós vivíamos uma paixão louca, até mesmo depois do casamento tanto que ela desconfiou que você fosse meu filho quando estava grávida. — Balançou a cabeça — eu nunca teria um filho tão fraco.
— Chegue ao ponto!
— Seu pai descobriu a traição. Não era para sua mãe nem você estar ali naquele dia, foi um tremendo equívoco.
Meus olhos pesam.
— Eu a amava, muito. — Pela primeira vez vejo os olhos de meu tio encherem de água. — Seu pai atirou nela, então eu fiz o mesmo com ele após uma luta corporal. Queimei a casa para os rastros não chegarem até mim. Acho que vou sempre carregar o peso sobre a morte dela.
— Não posso acreditar nisso. — Resmungo.
— Tem que acreditar, pois é a única verdade sobre isso. — Ele procura algo em seu bolso, de lá tira uma foto e estende para mim. — Veja, sua mãe e eu nos anos setenta.
Na foto era ela muito mais jovem ao lado de meu tio, o sorriso em seu rosto parecia diferente, era muito bonita.
— Isso não muda o fato de você ter matado meu pai ou ter roubado a herança.
— Eu também não sou tão correto, Hunter. — Ele sorrir. — Na verdade, talvez você deva realmente ser meu filho, não é tão bom quanto pensa.
Levanto e bato as palmas da mão na mesa.
— Eu saio daqui hoje, e você? Não me compare a você, nunca mais faça isso!
Saio na unidade prisional com a respiração falha. Meu peito ardia e minha cabeça estava confusa, eu não sabia mais no que acreditar, mas pelo menos fiz o que deveria.
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