O Labirinto de Amor romance Capítulo 101

O caminho que levaria uma hora se passou rápido.

Descendo do trem, Esther chamou um táxi e fomos diretamente para o lugar que moraríamos. Dava para ver que era um bairro recém-construído, e a casa não era grande, devia ter apenas uns cem metros quadrados. A decoração era bem feita, mas não era luxuosa, apenas o suficiente para que duas pessoas pudessem morar.

- Vamos sair para comer alguma coisa daqui a pouco, e dar uma volta amanhã, hoje podemos descansar primeiro. - disse Esther encostada na minha porta depois de arrumar o quarto.

- O que vamos comer? - eu disse assentindo em acordo.

- O que você quer comer? - ela perguntou olhando para a minha barriga, e disse. - Vamos comer comida leve!

Eu sabia que ela estava preocupada com a minha gravidez, mas sugeri:

- Que tal comida chinesa? Já faz muito tempo que não como coisa apimentada, e já estou com quase cinco meses, não deve afetar.

- Tem certeza? - Esther disse arcando as sobrancelhas.

- Certeza absoluta! - eu afirmei confiante.

- Então tá.

Eu não conhecia muito bem a Cidade da Nuvem, então apenas seguia Esther. Ao lado do bairro, tinha um grande shopping, e tinha uma área alimentícia no terceiro andar. Já fazia tempo que não saía para comer, então Esther parecia soltar a franga.

Ela me levou para passear por um bom tempo, e se não fosse pelo fato de eu ser uma gestante, creio que ela poderia continuar dando voltas até amanhã.

Finalmente achamos um restaurante chinês e nos sentamos para fazer o pedido. Assim que terminamos, ela apoiou o queixo nas mãos e suspirou.

- Eu estava com muita vontade de comer quando estávamos dando voltas, mas agora que fiz o pedido, não tenho mais vontade assim, que droga!

Dei uma calculada, ela também deve estar com uns dois meses. Eu perguntei sem me conter:

- Você tem ânsias de vômito?

- Além da falta de apetite, não há outros problemas. - disse ela balançando a cabeça.

Todas as gestantes tinham situações diferentes, então eu assenti e disse:

- Fique preparada, vamos ficar na Cidade de Nuvem cuidando na gravidez. Temos uma diferença de apenas dois ou três meses, você também precisa se atentar. Prepare com antecedência as coisas do bebê, o que faltar pode me dizer.

- Já preparei tudo. - disse ela sorrindo. - Até já encontrei o centro de enfermagem. Mas Cidade das Nuvens não é grande como a Cidade de Rio, o centro de enfermagem é mais escasso, por isso escolhi a mais perto do nosso bairro, será mais prático.

Esther era mais detalhista com cuidados próprios do que eu, então não precisava me preocupar muito. Tirei um cartão de crédito da bolsa e coloquei em sua frente.

- Esse cartão fica com você, o dinheiro que tem dentro foi dado pelo vovô Rodrigo quando me casei com o Guilherme, nunca usei. Você estando sozinha na Cidade das Nuvens, vai precisar mais do que eu.

Esther franziu o cenho e empurrou o cartão de volta para mim, dizendo:

- Fique para você mesma, não preciso. O dinheiro que usei para comprar a casa foi o que guardei esses anos todos, e a transferência do bar... O seu Guilherme foi generoso e me deu o dobro do valor de mercado, e ainda nem mexi nessa grana toda. Vou usar quando for necessário, então não fique preocupada comigo.

Eu não dei bolas a ela, voltando a empurrar o cartão para sua frente e disse seriamente:

- Pegue logo e guarde. Esses dois anos no Grupo Nexia, o salário anual era alto, quase não gastei nada, os cartões que Guilherme me deu quase nunca usei, e ainda tenho a herança da minha vó. Além do mais, ainda não me separei de Guilherme, ele não vai judiar de mim a respeito de dinheiro. Mesmo que nos separemos, teremos a divisão de riquezas, por isso você pode ficar com esse cartão tranquila.

Ela não conseguia me vencer nas palavras, então teve que aceitar, guardando o cartão.

- Então tá, se tiver alguma coisa, se lembre de me contar, não fique com tudo dentro da barriga!

O garçom chegou com um prato de peixe assado, eu movi a minha cadeira para lhe dar espaço e respondi.:

- Eu sei disso!

Comemos enquanto conversávamos, e o tempo passou voando.

Vendo que já não era cedo, ela esfregou a barriga e disse olhando para mim:

- Vamos tomar um café e dar uma volta nas lojas, faz muito tempo que não faço compras, preciso gastar!

Já que era raro sairmos, então pagamos a conta e fomos fazer compras nas lojas.

- Kaira, que batom você tem usado... - Esther interrompeu a própria pergunta de repente, sua expressão transparecendo pavor.

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