O Labirinto de Amor romance Capítulo 1052

Como diz o ditado, uma breve separação traz maior paixão do que a noite de núpcias. Eu dormi até a tarde do dia seguinte, sendo o resultado dessa separação de 6 anos.

O quarto se recuperou como estava na noite passada, com as duas camas juntadas. Eu estavam em pijama, como se a loucura sexual da noite passada fosse um grande sonho.

Eu saí do quarto apoiando a cintura dorida. O corredor estava tranquilo. Através da janela do corredor, eu vi Nana de longe brincar com os irmãos mais novos no quintal. 

Todavia, a alegria foi das duas meninas. Sob o guarda-sol, Horácio e o mordomo estavam trabalhando com o micro computador como sempre faziam, totalmente num outro mundo.

Ouvindo o ruído na cozinha, eu encolhi o olhar e caminhei para lá.

Chegando à entrada, eu descobri Guilherme e Nathan juntos em paz, o que raramente aconteceu. Eles estavam concentrados em apreciar a pintura do pôr-do-sol à beira do mar, adquirido na exposição de Odilon ontem.

Assentada num suporte, a pintura foi colocada no centro do estúdio. Nathan, sentado no sofá singular ao redor, deu umas olhadas de vez em quando, mas não mostrou muito interesse.

Guilherme, por sua vez, se encontrou particularmente atencioso. Parado à frente do suporte, ele estava com uma expressão muito meticulosa. Em alguns instantes com o olhar perspicaz, até esticou a mão para sentir a pintura, como se realmente pudesse se integrar ao mundo interior do autor.

Após um momento, Guilherme me descobriu e sorriu ao levantar a cabeça:

- Acordou?

- Sim. - eu entrei, me sentei na cadeira ao lado de Nathan e perguntei. - Você insistiu em comprar esta pintura. Tem algo especial?

Enquanto falava, eu olhei para Nathan, esperançosa de ter uma resposta.

Porém, Nathan começou a falar de outra coisa:

- As pessoas costumam dizer que a folha caída deve voltar aonde a raiz fica. A meu ver, podemos buscar toda a família de volta, aproveitando a chance de que alguns anciãos regressaram ao país desta vez. Assim, não precisamos de correr de lá para cá, cuidando de um mas ignorando o outro.

Essa fala parecia imparcial, levando em conta o cenário integral, mas eu enxerguei alguma tristeza.

Afinal, era um homem casado. Após uma separação tão demorada com Jaqueline, era compreensível que ele estivesse frustrado.

Guilherme não fez nenhuma reação, enquanto eu achava uma boa ideia:

- Vejo que é viável. Vamos fazer o que você disse.

Se Jaqueline e Doninho regressassem para o país, isso poderia desabafar a angústia de Nathan e também evitar o conflito entre ele e Guilherme todos os dias.

Ouvindo isso, Nathan ficou animado e pegou o celular na mesa. Enquanto caminhava para fora, não se esqueceu de instruir:

- Deixe seu homem explicar com você.

Essa maneira de chamar... Acaso Guilherme não é digno de ter um nome no coração de Nathan?

Sem jeito, eu virei a cabeça para Guilherme. Felizmente, ele não levou a sério. Curvando a boca, ele me apoiou a levantar-me em direção àquela pintura.

Guilherme apertou levemente a minha mão direita e a colocou na pintura. Através desse toque, a convexidade da tinta em camadas foi demonstrada vividamente em um instante.

Talvez por falta de talento artístico, eu não senti a alma tocada, apesar dessa distância tão próxima. Em breve, encolhi a mão no embaraço:

- Diga diretamente comigo. Em relação à arte, eu realmente não sou dotada. Não dificulte as coisas para mim.

Guilherme semicerrou os olhos ligeiramente, pegou uma cédula e a inseriu na minha mão de forma misteriosa.

Eu não pensei demais e brinquei com ele sorrindo:

- Acaso quer que eu absorva a energia do dinheiro? A daí ganho o talento?

Foi claramente uma brincadeira, mas Guilherme estava particularmente sério:

- Existe essa possibilidade. Sinta bem e talvez você consiga entender imediatamente a sutileza desta pintura.

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