O Labirinto de Amor romance Capítulo 1084

- Está bem. - respondi desanimada. Não conseguia sorrir, então me apressei em me despedir. - Já entendi. Estou cansada depois de um dia corrido, então vou lá para cima, vocês podem continuar conversando.

- Mas Kaira, nós acabamos de chegar...

- Melissa. - Enzo foi esperto o suficiente para ver que eu não queria falar mais, então ele puxou Melissa e lhe deu um piscar de olhos para que ela parasse de me incomodar, depois foi bem atencioso ao sugerir que fossem embora. - Está ficando tarde, então vamos deixá-los descansar e irmos para casa, as crianças ainda estão esperando por nós.

Com tanta consideração, eu não podia continuar agindo de forma muito fria, então os levei até a porta antes de subir as escadas.

Na metade do caminho, ouvi Martinho fofocando:

- Enzo não é gay? Ele sempre foi tão másculo assim?

Tomei um banho quente e tinha acabado de me deitar quando Guilherme voltou ao quarto. Ele tirou o casaco e se deitou ao meu lado, me envolvendo por trás com seu corpo.

- Chateada? - Guilherme falou após um bom tempo de abraço, sua voz baixou até um sussurro.

As pessoas se tornam instáveis emocionalmente quando estão em situações de estresse e cansaço, e Guilherme parecia muito seguro diante do meu estado. A voz dele era tão baixa que me dava vontade de me afundar nela.

- Um pouco. - eu segurei o canto do cobertor e rolei, me enfiando em seu colo como um coelho assustado, e não parei até estar completamente grudada nele, soltando um suspiro de alívio. - Quando seremos capazes de viver nossas vidas em paz...

- Estou aqui, você sempre pode confiar em mim. - Guilherme mudou de posição e esfregou sua palma quente nas minhas costas.

Com uma postura tão protetora, era como se eu fosse uma criança que ainda não tinha crescido.

Levantei minha cabeça de forma brusca e mordi o queixo dele como vingança.

As sobrancelhas de Guilherme se apertaram com dor enquanto ele soltava um silvo baixo pelos dentes, mas logo se relaxaram, tão calmo como se nada tivesse acontecido.

- Não dói? - Eu perguntei, mesmo sabendo a resposta.

- Faz um pouco de cócegas. - Guilherme respondeu com uma cara séria.

Não consegui conter minhas risadas:

- Você está conseguindo mentir descaradamente agora, nem vou mais conseguir perceber se está mentindo para mim no futuro!

Guilherme curvou seus lábios e me abraçou mais forte:

- Entre marido e mulher, não se pode chamar de mentira. Isso se chama brincadeirinha carinhosa.

- Então você pretende mesmo mentir para mim, hein? - levantei uma mão e belisquei seu nariz para que ele não consiga respirar.

Guilherme riu alto em vez de ficar bravo, e depois de nos debatermos um pouco, ele se livrou de mim e prendeu as minhas bochechas com suas mãos.

- Ainda quer continuar? - Guilherme me apertava, mas o seu jeito ao me advertir não parecia nada intimidante.

- Quero. - não sei de onde veio essa raiva toda hoje, simplesmente estava com vontade de ir contra ele em tudo.

Guilherme não podia fazer nada a respeito, então ele usou um pouco mais de força em sua mão e eu imediatamente comecei a fazer uma cena:

- Aaai! Tem gente espancando a própria esposa! Que dor! Vou chorar...

Ele não teve jeito, riu amargamente e me soltou, então eu aproveitei a situação e o abracei, girei meu corpo e o prendi debaixo de mim:

- Você perdeu.

Guilherme murchou, e com medo de me deixar cair, se moveu cuidadosamente para se deitar, com as mãos ainda sobre minha cintura, antes de suspirar longa e duramente e dizer:

- Sim, Srta. Kaira, eu perdi, então como você vai me castigar?

- Que sem graça. - saí de cima dele e me deitei de volta.

A sensação de conquista diminuiu muito depois de conseguir o que queria com facilidade demais.

Guilherme se virou de lado e ergueu o queixo, me observando com interesse:

- Pensei que você estava com raiva por causa de Odilon?

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