O Labirinto de Amor romance Capítulo 1160

Ah é?

Uma parasita, que só sabia depender dos outros e utilizar a vulnerabilidade para ganhar recursos de sobrevivência, até começou a pensar nas coisas com o próprio cérebro?

Logo que as palavras foram ditas, a porta do elevador se abriu, onde Guilherme saiu por dentro. Galdina, segurando o braço de Odilon, caminhou atrás dele. Parecia nada diferente de um casal apaixonado.

- Chegou a tempo. - Os olhos de Lúcia ficaram brilhantes em um instante. Sendo a parte irrazoável, ela tomou iniciativa a reclamar:

- Guilherme, seu assistente é muito legal! Eu só o critiquei um pouco e ele até quer se unir com Kaira para me processar? É a intenção deles ou sua? Você quer me compensar dessa forma?

Guilherme semicerrou os olhos ligeiramente, olhou para Caio e abriu os lábios finos:

- O que aconteceu?

A despeito do insulto, Caio calou a boca e só disse após um tempinho:

- Nada especial, senhor. Foi apenas um mal-entendido. Vou pedir desculpas à Sra. Lúcia agora mesmo.

Depois, ele realmente curvou a cintura a 90 graus e pediu desculpas respeitosamente a Lúcia:

- Perdão, Sra. Lúcia. Me perdoe, por favor.

Eu tinha que admirar a capacidade de Caio de se conter, que levou três tapas e ainda conseguiu aguentar tudo calmamente. Se fosse eu, seria absolutamente incapaz de fazer isso.

Ele é um bom assistente mesmo.

Guilherme deveria agradecer a tolerância de Caio, que eliminou grandes problemas para ele.

Mas Lúcia não deixou de disparatar, embora tivesse tirado proveito nisso. Ao invés de recuar, ela fez uma postura vencedora e deu um passo adiante, olhando para esse homem, que era igualmente altivo como o seu chefe mas agora ficou extremamente humilde à sua frente. O olhar dela era muito indiferente, sem a menor piedade:

- Eu sei que você me despreza profundamente, como os irmãos de Guilherme. A seu juízo, eu sou apenas uma vagabunda que pode dormir com qualquer pessoa, enquanto somente Kaira merece seu respeito e sua atenção. Tudo bem, fique à vontade a ser um cachorro fiel ao lado dela. E eu, vou deixar você pagar por todo o desprezo que você tinha.

Sem saber o porquê, me parecia de repente que Lúcia mudou para uma outra pessoa neste momento.

Uma crueldade se destacou nos olhos dela ao dizer isso, como se cada palavra fosse dita pelas fissuras dos dentes cerrados. Atrás do seu rosto feroz, com a intenção de engolir Caio a vivo, se escondia uma besta que ignorava as regras.

Uma pessoa que ignora as regras é a mais difícil de lidar, como no caso de Odilon, que é impossível de ser capturado e caluniado.

Neste momento, Odilon estava assistindo à cena curiosamente, sem a menor intenção de se meter nisso.

No ponto de vista de Lúcia, todo mundo deveu a ela. Como diz uma frase frequentemente usada no tratamento psicológico, o louco sempre considera louco quem o chama de louco. Não faz sentido tentar falar com esse tipo de pessoa com raciocínio.

Você só terá duas opções: aguentar a agressão humildemente como Caio, ou contra-atacar.

Obviamente, a segunda opção me cabia melhor:

- Que show fantástico! O maldoso sempre reclama primeiro. Caio foi tolerante e não brigou com você, e você realmente se julga inocente? Veja bem, foi você que esbofeteou Caio três vezes sem razão justa. Há lei neste país. Você acha que pode fazer qualquer coisa que quiser e distorcer a verdade contando com o apoio daquelas pessoas?

- KKK. - Lúcia zombou. - Então, me processe! Estou no aguardo!

A expressão canalha dela acordou minha profissão de advogada. Eu movimentei o cérebro rápido para pensar se deveria processá-la de acordo com a lei trabalhista ou regulamentos de proteção de segurança pessoal, mas por fim, estava de mãos amarradas diante de sua imagem orgulhosa.

O que ela disse era certo. Sem a colaboração de Caio, eu não tinha como processá-la.

Ao ver que eu estava blefando, Lúcia continuou com sua provocação:

- Então, ficou com medo? Você, uma grande advogada e profissional de alta qualidade, só sabe falar mas não praticar. Eu ainda julguei você muito capaz! Afinal, sem o respaldo de um homem, você não é nada diferente de mim! Pelo menos, eu tenho coragem de admitir francamente que sou dependente do outro, mas você, Kaira, se declara independente, simpática e positiva, mas em todas as vezes virou o jogo dependendo dos outros! Você é uma pura hipócrita! Você...

- Basta. - A voz bafada de Guilherme, tal como um trovão chocante, trincou violentamente os elementos inquietos no ar. Apesar do ressentimento, Lúcia tinha que engolir as palavras que estavam saindo da boca.

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