O Labirinto de Amor romance Capítulo 131

Ele parecia feliz como uma criança, e eu não soube como corresponder a ele num instante, apenas assisti a ele levando a cesta para dentro do jardim e se virando para mim com a maior alegria ao dizer:

- Se você gosta, eu posso te trazer mais com frequência. Se quiser voltar ao Distrito de Esperança, me conte, eu te levo, nós voltamos juntos!

Eu senti um impulso de choro, ficando mal por ele. Nathan era uma pessoa solitária, e eu parecia entender o que ele quis dizer com falta de sensação de pertencimento.

Meus olhos estavam lagrimejando, então respirei fundo e falei com uma voz plena:

- Pode ser. Já está tarde, volte logo para casa!

A relação entre as pessoas era mantida através de confiança mútua.

Mas sem ter em quem confiar e depender, não importa o quão longe andemos, sempre seremos corpos ocos.

Ele sorriu e me olhou fixamente. Antes que eu pudesse reagir, ele me puxou para um abraço.

- Kaira, estamos muito bem assim.

Eu não falei nada, mas vi um Jeep parando atrás dele.

Guilherme!

Ele estava de volta?

A velocidade dele ao descer do carro foi rápida demais, eu ainda não tive tempo de empurrar Enzo, já tinha sido arrastada junto a ele por Guilherme. Se não fosse o carro de Nathan ao meu lado, eu teria sido jogada para bem longe.

Quando me firmei com a ajuda do carro, o soco de Guilherme foi fortemente ao encontro do rosto de Nathan. Ele tinha usado muita força, apenas um soco já tinha feito seu rosto ficar bem inchado, e tinha sangue no canto da sua boca.

Antes que Nathan pudesse reagir, já tinha sido jogado no chão e levado uma série de socos.

Eu me desesperei e fui em frente para puxar eles, mas Guilherme virou a cabeça para mim com um olhar assassino, dizendo:

- Se você quer que ele morra, então venha!

Eu parei, e Nathan levantou a mão para limpar o sangue do canto da boca, rindo friamente ao dizer:

- Ainda ameaça mulheres? Guilherme, me mate se for capaz!

- Você acha que eu não tenho coragem? - ao terminar de falar, seu soco foi de novo ao encontro do rosto de Nathan.

Eu estava apavorada vendo Nathan apanhar sem qualquer chance de revidar, então gritei:

- Guilherme, não bata mais nele, ele vai morrer!

Nathan não revidou até o fim, e a cena de quando era pequena se passava na minha cabeça. Tinha gente me batendo no beco, e Nathan foi levar uma surra coletiva por mim.

Naqueles tempos, ele era de poucas palavras, apenas olhava para mim e dizia:

- Não chore, não dói!

Mas quanto mais ele dizia isso, mais eu chorava. Depois disso, a sua perna foi quebrada, e a vovó quase revirou a casa daquelas crianças.

Para que eu não apanhasse mais, ele ia de perna manca até a porta da escola me esperar todos os dias, e ainda segurava descaradamente uma faca. As crianças ficam com medo dele só de ver, então ninguém se aproximava.

Vendo que a raiva de Guilherme parecia não ter espairecido nenhum pouquinho e o Nathan estava quase morrendo em suas mãos, eu não pensei mais, peguei a vassoura que estava no jardim e bati no Guilherme.

Isso foi instinto das profundezas da minha alma. Não importa o quanto eu temia Nathan, não importa o que ele tenha feito de ruim nesse mundo, eu tinha sentimentos fraternos por ele depois de convivermos por tanto tempo.

O corpo de Guilherme se enrijeceu, e seus olhos negros me encaravam fixamente. Da raiva inicial se transformando em inaceitabilidade e incredulidade, e no final, em decepção.

Eu olhava para ele com os olhos embaçados de lágrimas, deixando a vassoura cair no chão com o corpo trêmulo ao dizer:

- Não bata mais nele, ele vai morrer!

Guilherme abriu a boca, mas não disse nada.

Joana ouviu o barulho e correu para fora. Ao ver a cena, deu um grito:

- Meu deus, o que estão fazendo!?

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